sexta-feira, 14 de novembro de 2014

PARA INFORMAR, REDIGIR E EDITAR É PRECISO

Transformar uma informação em notícia requer organização, discernimento de conteúdos, processar dados, classificando-os, priorizando, adaptando, incluindo, excluindo e principalmente desenvolvendo um linguajar pessoal que credencia identificar um jornalista pelos seus textos, exposições e trabalho. Trabalhar esse contexto, processando tecnicamente o conhecimento, tudo substituído por novos argumentos que chamamos de Edição.

AS FUNÇÕES DE UM JORNALISTA
O que diferencia os sites, blogs e titulares de páginas eletrônicas dos profissionais do Jornalismo, é exatamente o conteúdo editado. Essa afirmação não significa dizer que só os jornalistas são bons redatores ou editores.

Ao jornalista não compete somente a informação, assim não teríamos jornalistas especializados em economia, educação, administração pública, privada, analistas e tantas outras atividades. Jornalistas esses chamados de "Formadores de Opinião" quando expressam coerência e reflexão.

Outra função do jornalista é contextualizar essas informações para seu público e ainda refletir com ele suas implicações. A maneira como é colocado o texto, induz interpretações diferentes: exemplos (1) - " Dia 21 haverá votação das contas do ex prefeito Assis da Padaria na Câmara Municipal de Santana do Matos ", portanto, como a cidade é radicalmente polarizada, a câmara vai ficar lotada. Exemplo (2) - "Nos bastidores da política santanense já se comenta que o ex prefeito Assis da Padaria fez contato com dois vereadores para aprovar as contas da prefeitura na sessão da câmara dia 21 próximo, revertendo assim a decisão do Tribunal de Contas do Estado sobre o exercício de 2008" -  No primeiro exemplo a informação foi concisa na primeira sentença, terminando com uma insinuação crítica. No segundo exemplo, uma informação especulativa, um comentário posicionado, chamativo, mas, que leva o leitor à análise, ao alerta!

Há no jornalismo uma necessidade/prática de promover manchetes e textos bem elaborados que despertem as noticias de utilidade pública, exigência essa dos leitores mais esclarecidos que se tornam multiplicadores do assunto. Além de informar: consiste em comparar, vislumbrar, chamar à atenção, prevenir, explicar, imparcial ou parcial, vale o que está escrito, a critério de quem enxerga o que ler.

A CRÍTICA COMO MAIOR CONTEÚDO
Profundamente ligada à Democracia tem o Jornalista a função maior de exercer através da liberdade de imprensa, o famigerado censo crítico. Críticas que poderiam ser importantes e construtivas se não fosse o estigma dos amordaçados anos da ditadura militar. Essa realidade tende moldar os grandes profissionais da imprensa em anárquicos, contraculturais e revolucionários. Esses conceitos, defeitos ou virtudes seriam inerentes aos bons Jornalistas quando contestam ou questionam.  É por isso que essa profissão é antipática pelas autoridades ou por aqueles que estão no poder. É por isso que a primeira providência em regimes totalitários é a censura -  sufocando, limitando, calando a imprensa.

Fazer jornalismo é farejar os problemas, citá-los,  sugerir soluções que sejam boas para a população. Não existe conteúdo real quando a manchete é forjada destacando um segmento ou uma linha de ação repetitiva. Alguém já disse que  - " O jornalismo é uma profissão desapaixonada, despida de ilusões e otimismos baratos, o jornalista é um pessimista e os principais critérios de noticiabilidade são os desvios, as rupturas, os problemas, a alteração da ordem".
Seria assim as manchetes do dia a dia com muitos leitores: A cascavel mordeu o homem no terreiro de sua casa, não é notícia, mas, se o homem arrancar a cabeça da cobra com uma mordida, é notícia. O que está bem e normal é digno de pouca nota. O fato do coletivo transportar as pessoas tipo uma lata de sardinhas não é digno de notícia, mas se houver uma tentativa de assalto, haverá corre corre blogueiros e fotógrafos.

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