Noutros carnavais era assim, ali no beco, na beira da praia, naquele cantinho escuro, por trás daquele caminhão, uma despistada e os foliões masculinos, sempre fizeram uma das suas necessidades fisiológicas prazerosamente - uma mijadinha desopilante - pshhhoorrr, uma sacudidinha higienizadora e pronto. Era o alívio necessário. A festa continuava, as pessoas em grupo, em blocos, todos extravasavam alegria. Era o carnaval da vila, da rua, da cidade. Viva o Carnaval!
A festa cresceu, tornou-se referência turística, o capital define, as pessoas perdem valores, são atraídos por outros, pela mídia. E as cidades referidas recebem as pessoas, mesmo sem infra estruturas, realizam suas grandes festas. E o simples ato da aliviada, da reanimadora frase “tirada água do joelho”, torna-se um problema social. Agora a rua, becos ou locais escolhidos viram charcos pela multidão. Umidade, manchas em pequenas poças formadas, amareladas de odor insuportável avolumam-se nesses locais incomodando a todos. As senhoras mais discretas até evitam a bebida, um dos motivos seria exatamente desejar ficar mais tempo e não passar pelos transtornos tão bem enfrentados pelos homens. E haja cerveja, carnaval, esquecer os sofrimentos e muita alegria. Viva o Carnaval!
Xixi no ralo R$ 0,50 - Carioca criativo aliviou a turma no carnaval de 2008
No Rio de Janeiro, a partir do momesco 2010, o governo municipal tenta impedir a formação da maré amarela, que eles dizem ser a principal reclamação dos visitantes do Carnaval. Desejosos por apresentar um Rio mais limpo antes da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016, autoridades estão multando e dando até dois anos de cadeia para pessoas que urinam em público. Ora,ora, pois pois. “Estamos fechando o cerco ... quem for pego urinando será levado aos postos de polícia e acusado de atentado ao pudor”, divulga o secretário de ordem pública municipal Rodrigo Bethlem da cidade maravilhosa. Ora se não, encontraram até uma Lei, atentado ao pudor – pré-existente, que determina o crime, assegurando assim, o princípio da legalidade. Viva o Carnaval!
Agora a coisa vai mudar, garante os agentes da prefeitura e do turismo. Não contavam esses patriotas com um probleminha surgido com uma agravante psicológica: a enorme fila formada enfrente aos incômodos banheiros químicos! Juntaram-se o psicológico com o desconforto. E agora a necessidade fisiológica tornou-se um ato reprimido e calculável. Uma necessidade natural da espécie que a cada século se adapta aos novos comportamentos sociais, conseqüência de novos costumes da super população. Viva o Carnaval!
Privilégios não são específicos do Rio de Janeiro, todas as cidades brasileiras convivem com problemas econômicos e sociais. São eles diretamente proporcionais ao povo, a sua produtividade, a sua formação social, necessitando de questionamentos por todos os segmentos sociais locais e com a responsabilidade maior do seu executivo. Viva o Carnaval!
Multidões concentradas, diretamente proporcionais aos seus espaços físicos necessitam de planejamento. Até mesmo Santana do Matos/RN, pequena cidade encravada na região central do Estado do Rio Grande do Norte. Suas festas quando realizada no centro, em praça pública, mesmo colocado-se banheiros químicos, à exemplo da Festa da Padroeira, Nossa Senhora Sant’Ana em Julho, são visíveis os transtornos e as conseqüências. O ano passado, os becos pareciam conspirar contra as principais lojas e supermercados instalados nos quarteirões da folia. O volume transbordado, o fedor exalando dos becos rua a fora criando momentos repugnantes, também foi tema da imprensa local. Viva o Carnaval.
Esperamos que as medidas tomadas no Rio de Janeiro não sirvam apenas de chacotas, sirvam também, como iniciativas a serem tomadas por outros administradores por esse Brasil continente. Em prol do lazer, da necessidade de diversão, mesmo sem posses, sem produzir, vamos após a semana de folia abrir as portas e respirar o ar da pureza renovadora dos centros urbanos. (Uff ). Viva o Carnaval!
Autoridades do Rio de Janeiro pedem um tempo à maré amarela, que acham a principal reclamação dos visitantes do carnaval. Desejam assim, um Rio mais limpo para os seus visitantes. Para evitar problemas com a polícia o governo do Rio de Janeiro instalou 4.000 banheiros químicos para dar aos foliões uma chance de alívio dentro da lei. Viva o Carnaval!
"O Rio tem de mudar", disse o secretário de ordem pública municipal Rodrigo Bethlem a imprensa. Ele acrescentou que “o problema da urina no Carnaval era tal que estava corroendo os edifícios e marcos históricos do Rio, inclusive um dos cartões postais da cidade, os arcos da Lapa”. Viva o Carnaval!
Na manhã deste sábado de carnaval milhares de foliões reunidos nos bares, ainda fantasiados bebiam cervejas sob o sol escaldante. De paciência perdidas ficaram ao enfrentar filas entre quarteirões, para os limitados números de banheiros a disposição da multidão. Enquanto outros sorrateiramente, a la carioca encontravam locais mais adequados para se aliviar. Enquanto os policiais a serviço com suas horas e turnos cumpridos em numero desproporcionais, já demonstravam necessidades de alívio para enfrentar nova escala da semana. Viva o Carnaval!
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