quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Santana do Matos alimenta rota do crime ecológico

Santana do Matos está incluido na rota criminosa do tráfico do carvão vegetal e com à agravante de ser um município que alimenta o crime ecológico, o resultado, sem punições são grandes áreas em forma de desertos, tendo o xique-xique, o quase solitário componente floral da caatinga.

Os órgãos municipais nada podem fazer ou sem iniciativas manifestadas, recebem as identidades de omissos, demonstrando, desconhecimento e desinteresse. E os pontos de desertificação surgem na área Nordeste do município. Principalmente as áreas margeadas pela velha estrada de barro que liga Cerro Corá a Angicos. Região isolada com pecuaristas a cada ano desmotivados e penalizados, pelas feridas e máculas das queimadas criminosas.

Muitos proprietários morando fora do município não avaliam a extensão do mal que causam ao autorizar ou serem roubados pela exploração do carvão. O carvão vegetal extraido pela queima sem planejamento da jurema se constitui em ação criminosa, um dos ítens em Lei que constitui crime ecológico.

Essa prática há muitos anos vem sendo o roteiro certo de contrabandistas de carvão, que na calada da noite saem das caatingas e em direção a Mossoró, Fortaleza e até o Piauí, desviando das barreiras policiais ou talvez por outros meios chegam aos seus destinos. Viajando somente a noite conseguem de uma maneira ou de outra ludibriar a fiscalização, ficando livre seu roteiro clandestino e da Justiça. Cometendo assim, ações criminosas.

Não diria conivência ou cumplicidade, mas a verdade a ser dita, as autoridades municipais sabem da existência do tráfico, da existência do crime, do mal feito a caatinga, mesmo assim, nada é feito ou fiscalizado.

Essa atividade clandestina, considerada de dividendos significativos investiu no ano de 2008 em caminhões novos, avaliados em até C$ 700.000,00 para o transporte do produto, comercializado e transportado nas estradas federais sem impostos e vendido nas cidades grandes e nas capitais.

A Caatinga é uma das regiões literalmente brasileira, compreendendo uma área aproximada de 734.478 Km², o que representa 70% da região Nordeste e 11% do território Nacional.

No município de Santana do Matos essa vegetação vem sendo bastante modificada pela ação dos agricultores, carvoeiros e comerciantes. Com isso os solos estão sofrendo um intenso e contínuo processo de desertificação. Além do desmatamento para obtenção do carvão, verificamos formação de pastagens sem os critérios determinados pelos órgãos competentes, queimadas criminosas, comercialização de lenha para cerâmicas, padarias sem planejamento ou no mínimo sem reposição das espécies.

A principal conseqüência do desmatamento é o aumento da evaporação d'água contida no solo, acelerando assim, o processo de desertificação. Essas áreas já são predispostas a vegetação rasteira por estarem em solo semi-árido, portanto o desmatamento e a queimada se tornam agravantes, ainda não pela justiça, pois, precedem para executar o princípio da legalidade a Educação e as ações políticas. A presença da vegetação nativa adaptada as condições locais é fundamental para impedir que essa região se transforme num imenso deserto.

Outra questão que tem contribuído para o aumento dessa degradação é a falta de informações aos produtores rurais. A prática sertaneja de somente destruir os recursos naturais sem fazer a sua reposição precisa ser modificada.

O poder público deve enfrentar o problema com ações voltadas para a educação ambiental nas escolas, criando viveiro público para a produção e distribuição de mudas nativas, capacitações para adoção de técnicas de manejo sustentável da vegetação (raleamento, rebaixamento e enriquecimento) e principalmente, buscar parcerias com órgãos públicos de proteção ambiental para impedir a continuidade do desmatamento do município. Ainda é tempo de repor o que distruimos.


4 comentários:

  1. Caro Dutra, a questão ambiental em nosso município é algo que precisa ser trabalhado. A vegetação é apenas um deles, talvés, o mais grave, mas temos outros. A caça de animais nativos em extinção a exemplo de pebas, viados, tacacas,etc, a pesca nos rios no periodo de inverno quando os mesmos praticam a "piracema", as comunidades sem arborização,enfim, temos ainda a insensibilidade dos políticos locais "ainda miopes" a essa importante questão.

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  2. Não muito longe de Santana,no Seridó,existe uma área onde já está em processo de desertificação. Como Santana do Matos abastece cerâmicas,padarias e carvoarias diversas sem fazer reflorestamento, não é preciso ser nenhuma Mãe Diná nem Nostradamos pra prever o futuro que nos aguarda.

    Assis Braga- Santanense e professor de Geografia

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  3. Olá! Realmente a questão ambiental no município de Santana do Matos está ainda longe de ser tratada como política pública... apesar de praças bem cuidadas, canteiros floridos (exemplos que muitas vezes manifestam interesse pela qualidade de vida do santanense ou quem sabe, movimentos repletos de ambiguidades, que mascaram aos menos esclarecidos uma realidade funesta quanto aos que dirigem o município nas relações com o meio ambiente). Tudo isso, já deveria ter sido pelo menos tratado com a população de maneira democráticapois, o município capacitou 2 pessoas em gestão ambiental para dar o ponta-pé inicial quanto aos problemas ambientais em Santana do Matos mas, nunca tiveram incentivos por parte do poder público para colocar as idéias e/ou recomendações do Ministério do Meio Ambiente na pauta de ações públicas no município supra citado. Há! Um desses gestores ambientais sou eu (professor Jufran), que fico à disposição dos interessados no assunto (meio ambiente em Santana do Matos), para debates e etc... Meu e-mail: sofia28_jufran@hotmail.com

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  4. aqui em sao paulo tou vendo o que se passa a em santana angicos mosoro e regiao o estrago com quema de madeira ta feio a coisa

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