Cada governo tem motes na sua
administração. Na do presidente Fernando Henrique Cardoso, um deles eram os
pacotes lançados. Lançava-se pacote para tudo e para a segurança pública foram
lançados alguns.
No
roteiro de cada lançamento não faltavam críticas à população, por querer
resultados imediatos e a promessa de que a partir dali a coisa ia funcionar.
Pela média atual de quarenta mil assassinatos-ano, nos oitos de FHC foram, ao
menos, meio milhão de mortos. Pela média nacional de apuração, de cada 100
assassinos, 97 ficaram impunes.
Nós,
cidadãos comuns, não conseguimos entender por que não existem medidas efetivas
de combate à criminalidade. Além dos números contradizerem quaisquer argumentos
positivos das autoridades, todo dia a população ainda se surpreende com alguns
crimes pela simplicidade e reiteração como são praticados.
No
último dia 26 de setembro de 2013, foi preso Edson Arcanjo do Carmo, suspeito
de cometer mais de cinquenta assaltos no mesmo lugar, com a mesma estratégia,
sem nunca ter sofrido uma abordagem policial.
Logo
se imagina que isso ocorria na Amazônia, lá numa estrada de barro sem nenhuma
presença de policiais, onde toda a população estivesse subjugada pelos
bandidos. Não foi lá. Isso ocorria aqui em São Paulo, num acesso à rodovia Raposo Tavares,
nas proximidades da capital, uma das principais vias do estado.
Outro
espanto se dá com a cobertura do caso pela mídia: não se pergunta a nenhuma
autoridade por que nunca prenderam esse rapaz, que roubava há mais de seis
meses sem nenhum constrangimento, à luz do dia. O ponto era tão lucrativo e sem
risco, que era rateado com um familiar e colega de profissão, que ainda não foi
preso, segundo o noticiário. Pela inteligência demonstrada pelas forças de segurança,
agora eles devem estar todo dia lá naquele acesso. Aviso que assaltantes são
sempre maus, mas nunca burros. Ele já deve ter mudado de ponto. Só para não
perderem tempo nesse local.
Quem
não tem conhecimento, quer saber como o rapaz foi preso. Uma moradora nas
proximidades, ao perceber a reiteração dos assaltos, resolveu se arriscar,
filmou os assaltos e forneceu as imagens à Polícia.
Agora,
cabe perguntar ao secretário de Segurança de São Paulo, e ao responsável
principal pela (in)segurança, o governador Geraldo Alckminn, se não seria o
caso de abrir algum procedimento administrativo para apurar a negligência. Num
caso desses, parece não restar dúvida de que houve, apenas para apontar os
responsáveis.
Ou ao
menos, como virou moda, que venha a público e peça desculpas à sociedade pela
“ingenuidade” de seu aparelho policial e reafirmar que a força estatal é
veemente contra manifestantes mascarados. Com o rosto descoberto pode assaltar
à vontade; no mesmo lugar, o dia inteiro, por longos meses e quem sabe, por
anos. E se não é a genialidade de uma dona-de-casa, o assaltante continuaria em
paz no seu “trabalho” diário.
F: Pedro
Cardoso da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário