Em discurso na tribuna
do Senado nesta segunda-feira (28), o líder do Democratas José Agripino (RN)
classificou as recentes declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sobre o julgamento do mensalão como no mínimo “pitorescas”, além de serem um
ato de indignidade contra a democracia brasileira.
Em entrevista à TV
portuguesa RTP, nesse final de semana, Lula disse que o julgamento, pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), do maior escândalo do governo do PT – que
estourou em 2005, ano em que Lula era presidente da República – foi 80% político
e somente 20% jurídico e ainda que petistas presos pelo crime do mensalão, como
José Genoino (ex-presiente do PT), Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), José
Dirceu (ex-ministro da Casa Civil e braço direito de Lula), não eram pessoas da
confiança dele.
“Como brasileiro, eu fiquei extasiado. Se isso tivesse acontecido na Venezuela, em que quase a maioria da Suprema Corte foi indicada e, de forma impositiva, o governo a controla? Mas aqui no Brasil? Foi uma ofensa ao nosso regime democrático”, destacou Agripino.
O parlamentar frisou ainda que o STF é composto por onze ministros, sendo que atualmente seis foram indicados pelo governo do PT. Para Agripino, ao questionar a postura da Suprema Corte, Lula praticou uma ofensa ao regime democrático. “Todos eles [ministros] são pessoas decentes, dignas e que, na minha opinião, não agradecem a indicação com o uso da toga. Pelo contrário, agradecem fazendo a correta indicação da Constituição e praticando a justiça em torno do bom direito”, afirmou José Agripino. “O ex-presidente Lula comete uma indignidade com a democracia brasileira”, acrescentou.
F: AssCom
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