sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

QUAL O SIGNIFICADO DO SEU PRESENTE DE NATAL?

Sertanejos buscam a esperança em seus legítimos trenós

Presentes - a orgia das compras natalinas

Ainda acredito nos sentimentos religiosos daqueles que se confraternizam e homenageiam o nascimento de Jesus Cristo, que motive essa data momentos de aproximação entre as pessoas, revitalizando seus conceitos e valores. Os sertanejos já entendem os festejos natalinos, apesar do contraste, já vêem pela televisão as características de uma estação de inverno em outras terras com outras lendas. Onde aquele trenó como se fosse uma carroça em terras geladas desliza, sendo puxado por com Cães peludos, bem diferentes dos nossos vira-latas. Até os moradores da zona rural já entendem a tradição alemã, onde aquele velhinho gordo de cabelos brancos leva aos lares mais pobres, os sentimentos de paz, confraternização e amor. Além da simpatia, as ações por ofertas de presentes.

Que sejam os festejos, as boas vindas, a chegada do salvador. Pouco se sabe sobre a origem, o significado e as implicações exatas do ato de presentear. Sociólogos detectam raízes na procriação e função anti-agressiva. Para os economistas, orgia de compras de Natal é delírio consumista. Para os comerciantes uma data linda, festiva, que assim o diga o Trim! Trim! das máquinas em registro.

Cada cidade tem seus costumes de Natal. Uma herança da Alemanha que acrescentou um tempero especial à festividade, ao inventar o comércio natalino. Nesse aspecto, a capital Berlim nada mudou e muitas cidades ocidentais aderiram aos costumes: Há décadas, no final de dezembro, uma multidão lotam as lojas, semblantes felizes de esperanças corroidas, transparecem sensação de prazer ao oportunizar um presente em surpresa, como se o mundo fosse se acabar. Eles zombam da crise e gastam fortunas. A dívida é assumida com satisfação. Mas, afinal, qual é o motivo de tal comportamento?

Euforia das compras
Em nossos shopings e supermercados, observa-se um sorriso condescendente das pessoas nas filas, uma corrida as compras, sem programação, com objetivos fins: os presentes. Talvez trata-se de um elemento social indispensável, que há décadas se firma como um fenômeno do desejo, da ansiedade ou da auto afirmação do presentear e ser presenteado, inerente ao ser humano. Onde a maioria deles nunca homenageou a data pelo nascimento de Jesus ou mesmo se quer por sentimentos religiosos.

Com a tradição, presentear tornou-se uma ação de tanto valor que para muitos não há como se comprar numa loja. E assim, são esquecidos os sentimentos de solidariedade, amizade e dos valores que fortalecem as comunidades, as cidades e os povos. E o presente serve como se fosse um pacote de sentimentos, onde o momento festivo fosse renovado como uma esperança de dias melhores para o relacionamento. Presentear a quem? com quê? – além de interessante, representaria justiça ou injustiça? Para muitos também representa momentos de felicidade, desculpas e renovação.

Nota-se que quem presenteia também fica extremamente feliz. Poderia afirmar que dar algo voluntariamente inibe agressões e amenizam desafetos. Presentear tornou-se um comportamento social, estabelecendo uma confiança comprada. O outro é incluido por influências e ainda com atenuantes de uma ação não egoísta. Um novo relacionamento momentâneo, criativo, imediatista sem maiores vínculos ou compromissos.

A força do presente
Dar presentes nos transforma em mensageiro da paz ante a árvore natalina. Uma oportunidade única de pôr de lado velhos conflitos e mal-entendidos. Presentear é uma missão de paz, que seja em grupo com capacetes verdes irradiando a espereança e o amor. Muitos componentes desse grupo aproveitam o momento para sanar intrigas e ressentimentos, e os presentes estendidos a todos como a máxima da confraternização, que sejam as vezes, por conveniências oferecidos aos “amigos secretos”.

Por tratar-se de um tema, pelo o qual, a sociologia tem dedicado pouca atenção, até hoje pouco se sabe sobre a origem, o significado e as implicações exatas do ato de dar presentes. Pois nele está oculta uma quantidade enorme de sentimentos, desejos e gestos. Expressam também valores culturais, desculpas e necessidade de relacionamentos, relacionamento esse, transformado em vilão da vida cotidiana. O ato de presentear tornou-se para os perfeccionistas uma arte. E nossos sertanejos, pouco falantes e sintéticos assim resume: “Esmola grande o santo desconfia”.

Presentear, seguramente é um sentimento expressivo de conquista ou afirmação. Além do cuidado de quem educa e ama, do relacionamento familiar ou social, em especial, é um processo de escolha dos parceiros. Há também raízes nas oferendas religiosas. Portanto, a arte de presentear, vai muito além do dom pessoal, é uma atividade muito complexa, que muito cedo se disseminou nos conceitos dos antropólogo, no social. E que, acima de tudo, se associou à experiência de que através das ofertas se podem selar alianças. Malgrados e dispensáveis são muitos: “Os presentes de gregos

"Delírio econômico"
Presentear seria então um sentimento infantil, de sinceridade e amor? Dar e receber, um ato recíproco que despertam sentimentos? A prática constante sim. Seria como doutrinar os valores, doar alegrias, dosadas de boas surpresas, sempre, diariamente.

Economistas veem a coisa um pouco diferente. Especialistas em finanças falam de um "delírio econômico", que a cada ano destrói tantos valores quanto um furacão. Segundo pesquisas, os brasileiros gastam, em média, o necessário a sua sobrevivência por quatro meses seguidos, com resultados extremamente duvidosos.

Feliz Natal
Dutra Assunção.

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