O
Brasil ferve e o debate político entrou na sala e divide espaço com a
entronizada e endeusada TV, além de conseguir a proeza de tirar a bunda da
poltrona- nem que seja por algumas horas, de seres cibernéticos, que observam
mais o mundo através de um monitor, que ao vivo e a cores.
Todos
agora falam algo a respeito das manifestações e das reclamações expostas em
cartazes, gritos de ordem e entrevistas. Num primeiro momento, para alegria
geral, os políticos realizaram algumas ações do gosto das ruas, agora, para que
essa disposição continue, é preciso ter foco.
Vou
dar um exemplo para me fazer entender melhor. Li hoje que as contas dos
políticos apresentam notas fiscais de despesas diversas, que sabemos inexistir,
tais como milhares de litros de combustível, que dariam para os carros darem
voltas e voltas no Brasil.
Está
mais que claro, pela obviedade do absurdo, que é roubo dos mais fáceis de
detectar. As empresas geralmente são de fachada, as quilometragens não suportam
a lógica e, que necessidade tem um político de fazer carros andarem tanto?
E
assim são as notas de almoços com valores absurdos, revelando banquetes, sempre
em restaurantes de alto luxo, gastos totalmente desnecessários com publicidade
pessoal e postagem de baboseiras que ninguém lê.
Então
como esse dinheiro público é gasto de maneira pessoal ou vai para o bolso do
deputado através de prestações de contas fraudadas, que o povo sente diante do
congresso e diga que só sai de lá quando isso for suprimido.
Resolvido
esse assunto, o foco vai para outros, como hospitais por exemplo. Faz pressão
para a liberação de verbas para a chamada de concursados em espera, para novas
vagas, aquisição de medicamentos, criação de hospitais ou postos de atendimento
no interior etc.
E
assim, ponto a ponto, com a pressão direta, vamos acabar com essa de moradia
grátis, auxílios em geral, inércia, aluguéis de jatos para viagens sem futuro, muitos
assessores, fazendo pressão ainda em desembargadores, juízes e ministros,
questionando votações, absolvições, acompanhando de perto esses julgamentos, a
vida de cada um em seu aspecto público, patrimônio, numa espécie de vigilância
popular, mas, claro, tudo sem violência, na mais absoluta paz e respeito ao
contraditório e a privacidade na vida particular.
Isso
de plebiscito, referendo, etc., não me cheira bem, parece tentativa de desvio
da atenção, todos já sabem o que queremos, então votem logo a reforma política,
o congresso pode fazer isso, nós já fizemos o plebiscito e o referendo, não
precisa disso, é sentar, fazer e as coisas entrarem nos eixos.
Está
tudo ai para quem quiser ver, o povo está relembrando a todo instante. Quem não
quer ver a gente já sabe quem é. Agora o mais importante é que tenhamos
lembrança dos seus nomes nas eleições vindouras, não para sufragar novamente
seus mandatos, mas para fazer naufragar suas pífias biografias.
F: Flavio Rezende
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