O povo que chegou a idade
onde estou, na meiota da vida, fica feliz demais em relembrar as coisas do
passado. Nesta área natalina, por exemplo, tenho uma recordação com cheiro de
naftalina mesmo. Lembro-me de papai me levar para um galpão, localizado na
Ribeira, ali em frente ao prédio do moinho. Naquele enorme espaço tinham alguns
produtos à venda, deviam chegar de navio.
Ao tempo desta lembrança, estive lá e fiquei muito interessado numa pipa. Colorida, formada por um pano e viável para voar através de uma armação de pauzinhos cruzados. Causou de tal modo entusiasmo que, até hoje, a imagem está gravada em meu HD.
E os eventos natalinos foram acontecendo, com presentes só entregues no dia mesmo do Natal, retirados da grande e pisquenta árvore, nominalmente, anunciados como de familiares, a saber: tios, avós, padrinhos e, claro, aqueles que estavam debaixo da cama, esperando o despertar para o seguido aproveitar, muito, muito, muito legal mesmo nos tempos onde o bom velhinho realmente tinha crença real.
Confesso que nunca fiz isso com meus filhos e, hoje, os presentes são entregues bem antes, deixando o dia do nascimento de Jesus mesmo, só para as comidas e os encontros fraternos.
Não vou aqui emitir juízo de
valor sobre o bom de antes e o bom de hoje, as coisas passam, outras chegam, o
tempo muda, a vida segue e, sou adepto da lei do contente, achando bom tudo que
vai surgindo, pois, creio que as grandes sensações e prazeres, estão mais nas
relações que vamos estabelecendo com os seres e com as circunstâncias da vida.
E sendo assim, um contínuo curtidor da vida como ela é, prefiro deixar meu escrito natalino com o DNA do alto astral, focando energia no fato de termos nesta data o momento para presentear os que amamos, potencializar o lado fraterno que necessitamos e, tentar mudar um pouco para o lado positivo, uma vez que isso sempre foi o propósito da vida de quem nos legou esta data tão importante no calendário terráqueo.
Afora os presentes que entregamos aos nossos e aos demais, sugiro que a nós mesmos, possamos nos presentear com uma mínima reflexão sobre de onde viemos, onde estamos e, para onde estamos indo.
Claro, não se trata aqui de
uma reflexão sobre nossa origem cósmica, nada sobrenatural, é um pensar
pessoal, centrado em nosso próprio ser, necessário, posto que parando um pouco
para pensar em tudo que diz respeito a nossa existência, confio que se algo
estiver fora dos trenós, teremos todas as condições de planejar novas rotas e,
seguir, feito Papai Noel, sorrindo, compartilhando esperanças e, distribuindo
bondades.
E se no passado o cartão de natal era de papel e chegava via ECT, hoje deixo o moderno, com o toque pessoal, a digitação virtual, mas, com o toque sempre ALTO ASTRAL.
Feliz Natal e um 2013 com novas rotas para
quem precisa e, boa navegação para quem já está bem na estrada da vida.
F: Flávio Rezende
Escritor e Jornalista
Ativista social em Natal/RN
Escritor e Jornalista
Ativista social em Natal/RN
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