Secretario Thiago Cortez concede entrvista
Elisa Elsie
A Defesa Civil do Governo do Estado apresentou na tarde desta segunda-feira, 31, o primeiro relatório das áreas afetadas e áreas de risco em seis municípios atingidos pelas fortes chuvas deste ano. No período de 19 a 26 de janeiro representantes da Comissão de Defesa Civil - CODEC, composta pela Secretaria de Justiça e Cidadania - SEJUC e Corpo de Bombeiros visitaram seis municípios que apresentam áreas de risco: Assu, Jucurutu, Ipanguaçu, Apodi, Tangará e São Paulo do Potengi.
O relatório mostra problemas pela falta de conservação nos reservatórios, assoreamento de rios e obstrução de passagem para dar vazão às águas. Em Tangará, onde a parede do açude Guariba ameaça romper ocorreu a ampliação da erosão no último sábado. O Governo do Estado deslocou um trator do Departamento de Estradas e Rodagens - DER para atuar na recuperação da parede, a prefeitura alugou outro trator e o DNOCS disponibilizou caminhões caçamba. O Corpo de Bombeiro orienta a população a evitar tomar banho no açude ou permanecer nas proximidades. O secretario da SEJUC, Thiago Cortez, alerta que a população deve evitar utilizar as proximidades do açude como ponto turístico ou de lazer , pois as obras são paliativas e de emergência destinadas a conter a erosão.
ORIENTAÇÕES
A CODE realizou em Boa Saúde, município vizinho a Tangará, reunião com a prefeitura e representantes da Comissão Municipal de Defesa Civil - COMDEC - para informar sobre o risco de alagamento caso o açude Guariba tenha sua parede rompida ou venha tomar grande quantidade de água e transborde. "Orientamos as autoridades municipais a fazer um mapeamento da população das áreas de risco e iniciar preparativos para o caso de necessidade de abrigar pessoas", explica Thiago Cortez. Ele também alertou que uma grande cheia em 1981 inundou a comunidade de Guarani, onde vivem 1.200 pessoas. "Isso já aconteceu e pode acontecer novamente", alertou, justificando a necessidade de providências.
O coordenador da Defesa Civil do estado, cel. Josenildo Acioli confirma que Tangará e Boa Saúde são os municípios com maior risco de alagamento naquela região, além de Monte Alegre e o distrito de Cacimba de Baixo.
As orientações da Defesa Civil do Governo do Estado sugerem ainda que as prefeituras realizem a identificação e preparação de locais salubres para atender aos possíveis desabrigados, implementação do sistema de alerta para as enchentes, criação dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil - NUDEC's e realização da retirada definitiva das residências próximas às áreas de risco.
Junto aos órgãos federais e estaduais, a Defesa Civil está fazendo notificações para correção dos problemas. Exemplo é o caso da ponte Felipe Guerra, no município de Assu, que apresenta problema no pilar 14 e em Jucurutu onde há problemas no sistema de bombas para evitar que as águas cheguem às residências e onde as comportas não funcionavam. "O DNIT foi notificado pelo Governo do Estado e determinou providências para sanar o problema", informa Thiago Cortez, acrescentando que o DNOCS também está sendo notificado. "Precisamos da atuação de todos, num trabalho conjunto e sequenciado para evitar dificuldades maiores à população", reforçou.
EMPARN emitirá boletins diários com previsões para as próximas 72 horas
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte vai emitir boletins diários com as previsões de chuva em todo o Estado para as próximas 72 horas. A medida se justifica pelo fato das previsões para o período de três dias serem de maior credibilidade e oferecer tempo suficiente para a adoção de medidas pela Defesa Civil para atender as populações em áreas de risco.
Segundo o gerente de meteorologia da EMPARN, Gilmar Bistrot, as chuvas com índice equivalente ou superior a 50 milímetros exigem maior atenção. Ele explica que os boletins com a previsão das chuvas irão inclusive informar os horários.
Gilmar Bistrot informa que as análises da última semana sobre a previsão de chuvas, mostram o resfriamento do oceano Atlântico Norte, o que gera condições para chuvas acima do normal no Estado, a exemplo do que aconteceu em 2009, quando foram afetados municípios do Vale do Assu e da Chapada do Apodi.
Barragens Armando Ribeiro e Santa Cruz estão com 70% da capacidade
A avaliação feita pela Defesa Civil do Rio Grande do Norte constatou que as barragens Armando Ribeiro Gonçalves no município de Assu e Santa Cruz, em Apodi, atingiram 70% da capacidade de armazenamento, faltando 4,5 metros para atingir o primeiro sangradouro.
A situação é de alerta vez que as duas barragens poderão sangrar com a ocorrência de 700 milímetros de chuva. Em Apodi, a Defesa Civil constatou risco de inundação, no caso de transbordamento da barragem, nos distritos de Caboclo, Caraforça, Carpina, Várzea de Salina, Várzea da Carreira, Trapiá I e II, Bamburral, Cipó e Baixa Faixada I e II. Em Apodi existem 12 mil pessoas morando em áreas de risco, segundo a COMDEC.
Nas regiões visitadas, a Defesa Civil constatou problemas que podem contribuir para as inundações. Para corrigi-los, o Governo do Estado está notificando as autoridades responsáveis, prefeituras, órgãos da União e do próprio Estado. Em Apodi, é preciso desassorear os rios Apodi e Umari, retirar entulhos, sedimentos, lixo e outros detritos para repor a capacidade de vazão.
No município de Ipanguaçu, a Defesa Civil constatou erosão na parede externa da barragem do Pataxó, defeito nas comportas, impossibilitando sua abertura para dar vazão às águas e elevado nível das águas.
Em Assu foi constatado erosão na parede externa da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o que mostra a falta de manutenção, riscos de inundação e isolamento nos bairros Lagoinhas e comunidades de Linda Flor, Santo Antonio, Martins, Estevão e Ilha Forte, favela Belo Horizonte.
A Defesa Civil também constatou risco de inundação em cidades que margeiam o rio Piranhas, como Carnaubais, Pendências, Itajá, Alto do Rodrigues, Ipanguaçu, Macau e Porto do Mangue.
Potengi
No município de São Paulo do Potengi, foi constado risco de inundação nos bairros Santos Dumont, Assunção, Antonio Gomes, Juremal e Novo Juremal com a sangria da barragem Campo Grande, que está com comporta aberta para aumentar a vazão. Também foi identificado o risco de sangria da barragem Chico Raimundo, que deve ter aumentada sua área de sangria.
Prefeitos podem solicitar ajuda diretamente do Governo Federal
O secretário estadual de Justiça e Cidadania, Thiago Cortez informa que os prefeitos que decretarem estado de calamidade ou de emergência em seus municípios, podem solicitar diretamente ajuda ao Governo Federal, sem esperar homologação pelo Governo do Estado. Segundo Thiago Cortez, esta condição é prevista na Lei 12.340, de 1º de dezembro de 2010, regulamentada pelo Decreto 7.257, de 4 de agosto de 2010.
"Antes os municípios precisavam aguardar homologação pelo Governo do Estado dos decretos de calamidade ou emergência para solicitar ajuda federal. Agora não, os prefeitos podem solicitar imediatamente a ajuda para atender as necessidades do seu município", enfatizou.
Fontre: AssCom
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