Natal, RN (10/10/13) – Uma reunião realizada ontem
(09/10) na superintendência do Ibama em Natal marcou a retomada das discussões
sobre a criação de um “Parque dos Naufrágios” no RN. Abandonada nos últimos
anos, a ideia volta a ganhar força entre representantes da Marinha do Brasil,
da UFRN, da Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico
(Seturde), das empresas operadoras de mergulho, além do próprio Ibama. Juntos,
esses órgãos e entidades vão estudar a viabilidade de criar áreas específicas
para o mergulho no litoral potiguar com o afundamento de embarcações
desativadas. Foto: red Osório/
Fotos: Fred Osório/Ibama/RN
Fotos: Fred Osório/Ibama/RN
Segundo o
oceanógrafo e analista ambiental do Ibama, Luiz Eduardo Bonilha, embarcações
afundadas podem se converter em excelentes pontos de mergulho desde que
devidamente preparadas com a eliminação de combustíveis, contaminantes e outros
materiais perigosos. Localidades como Recife e Fernando de Noronha (PE),
Abrolhos (BA) e Bombinhas (SC) se beneficiam amplamente de naufrágios. “O
mergulho amador está entre as atividades mais rentáveis na zona costeira.
Estima-se que atualmente existam cerca de sete milhões de mergulhadores
amadores em todo o mundo e o RN tem condições de atrair parte desse público”,
explica.
Outro
aspecto relevante da questão é que os naufrágios logo se convertem em recifes
artificiais, atraindo peixes e agregando fauna marinha em seu entorno, o que
acabaria beneficiando a atividade pesqueira com o correr dos anos. Por isso
mesmo o assunto é também polêmico, pois se não forem devidamente organizados, a
pesca e o turismo de mergulho podem se conflitar e até causar acidentes.
“Precisamos definir com critérios muito sérios onde serão os afundamentos, como
será seu regime de uso e as possíveis implicações socioambientais desse tipo de
empreendimento. Aparentemente todos podem sair ganhando, mas se não houver
cuidados e regramentos, todos podem perder”, alerta Bonilha.
Quanto às
embarcações disponíveis para o afundamento o oceanógrafo lembra que existe uma
grande quantidade de barcos abandonados às margens do rio Potengi e também no
município de Areia Branca. “É um nobre fim para barcos que estão apenas
poluindo tanto o ambiente quanto a paisagem do Potengi. Depois de limpos e
corretamente naufragados vão servir para abrigar novos ecossistemas marinhos e
ainda estimular uma atividade econômica sustentável”, esclarece.
O próximo
passo para a criação dos “Parque dos Naufrágios” será a apresentação, já nas
próximas semanas, de uma primeira proposta elaborada em conjunto pela Seturde e
UFRN. Com essa proposta poderá ser aberto um pedido de licenciamento ambiental,
que ficará a cargo do Ibama. A superintendência do Ibama em Natal vai
disponibilizar uma equipe composta por três oceanógrafos, três engenheiros de
pesca e um biólogo especialista em peixes recifais para conduzir o
licenciamento.
F: Ascom/Ibama/RN
F: Ascom/Ibama/RN
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