A família e o futuro da ordem maçônica
A Ordem Maçônica, apoiada fortemente em seus cânones universais, talvez seja a única instituição no mundo a harmonizar características paradoxais de ser extraterritorial, repleta de tradições históricas, e ser nacional, entranhada na cultura e no fato social que rege o país.
A condição extraterritorial tem atravessado os séculos, com cobertura em centenas de nações, e é guardiã de um vasto, secular e clássico legado de premissas, preceitos, princípios, proposições e procedimentos, tudo ligado aos chamados Antigos Mistérios e ao Conhecimento Gnóstico subjacente.
Já a condição nacional, sem perder de vista a soma legatária de idéias e ideais, tem raízes e mergulha profundamente no civismo, na cultura e no edifício social da nação.
Sem qualquer preocupação acadêmica ou científica, vale ressaltar, com grande possibilidade de acertar, o foco inalienável e indissolúvel que, ao mesmo tempo, harmoniza as características citadas e potencializa a lide maçônica na vida republicana é a FAMÍLIA.
A família, um dos termos mais empregados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, é a célula primordial para a estabilidade do presente e a garantia do futuro minimamente sustentado.
A Maçonaria, guardadas as devidas proporções, é o embrião de uma Fraternidade Universal, componente da Família Universal, cujos membros estão condenados a se entenderem sob pena das consequências serem as mais funestas possível, no futuro do humano na Terra. Até porque somos todos frutos da mesma origem e mesmo destino; daí que a espécie humana tem a necessidade imperativa de compreender-se e tolerar-se.
Nós maçons sentimo-nos irmanados dado que formamos uma grande família universal, vinculados por origens e metas comuns que temos e somos. Irmandade e Fraternidade apontam para o compromisso (e a responsabilidade) com a unidade da Ordem e da Humanidade, afinal, alvo principal da mensagem e do discurso maçônicos.
Ao se tornar maçom, o cidadão pode estar certo de que terá feito uma opção única em sua vida, porque, nas Lojas Maçônicas, estará participando de uma organização que obedece aos princípios de amor a DEUS, à Humanidade, à Pátria e à Família, pregando e propagando a Tolerância, o Respeito e o Amor Fraternal.
Uma fonte inesgotável de recursos humanos em muitas Lojas é a Família Maçônica, i. e., as esposas e os filhos dos Irmãos. Isso se constitui uma via de mão dupla: a Loja necessita da Família Maçônica, no seu todo - cunhadas, sobrinhas e sobrinhos - para ser bem sucedida, e, para tal, oferece um caminho de superação e realizações onde o todo será sempre maior, bem maior do que a simples soma das partes!
A família maçônica, por excelência, representa a tríade formada pelos jovens apjotistas, campo fértil para “malhação” do altruísmo e das regras do chamado “bom viver”; das cunhadas, engajadas que são nas atividades sociais e benemerentes das Fraternidades Femininas; e dos Maçons, no cumprimento juramentado das suas habituais e permanentes obrigações.
A família é para a Maçonaria a célula da humanidade. Quem não tem condições morais para ser um bom chefe de família, não pode ser maçom.
Eis aí, então, a chave-mestra capaz de unir passado e presente rumo ao futuro da Ordem.
Brasília, 1° de julho de 2010.
Marcos José da Silva
Grão-Mestre Geral
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