Pesquisas divergem por que?
Já me vali de vários espaços para denunciar, esteado em números incoerentes ou incoincidentes, obviamente relativos aos mesmos períodos de realização das pesquisas sobre intenção de voto promovidas por diversos institutos especializados, vários resultados fraudulentos. Publicação recente de Carta Capital – revista pela qual tenho o maior respeito – abordou esse problema (pois que é realmente um problema, sobretudo para a política brasileira), oferecendo conclusões sobre a inconfiabilidade, por parte da opinião pública, que acaba resultando de tais contradições.
Neste final de semana, mais uma dessas ocorrências lamentáveis. O Instituto Vox Populi divulgou pesquisa nacional em que a candidata Dilma Rousseff aparece em primeiro lugar com vantagem de 8 (oito) pontos percentuais sobre o segundo colocado (José Serra), no primeiro turno. Na simulação do segundo turno, Dilma mantém a vantagem. Marina Silva obtém 10 por cento.
Chama a atenção também o fato de que na simulação do segundo turno Dilma Rousseff ganha por um ponto percentual (cerca de 1.200.000 votos) e, no entanto, na maioria do noticiário se deu muito mais destaque para o resultado referente ao primeiro turno. A simulação do segundo ficou em segundo plano. Parcialidade? Tendenciosidade? Se nisto se constitui, por parte de alguns órgãos de imprensa, é muito deplorável. Porque é uma forma de escamoteação da verdade, para influir no eleitorado à base de uma falsidade. Para mim, numa eleição em que é absolutamente certo que haverá segundo turno, a previsão relativa a este é a mais importante. Mas não se perca de vista que ambos os resultados divulgados – o da primeira e o da segunda fase do pleito – traduzem empate técnico. Não há dúvida, porém, de que o resultado final devia ser mais destacado do que o da primeira fase.
De qualquer modo, as incongruências sugerem que os partidos políticos e a Justiça Eleitoral têm que manter rigorosa fiscalização sobre as chamadas pesquisas eleitorais, a fim de evitar que manipulações sejam instrumentos de indução do eleitor. Infelizmente, conforme demonstrou a revista Carta Capital, tais manipulações se evidenciam nas disparidades dos números, não de uma quinzena ou de um mês para outro, mas nos mesmos dias em que os pesquisadores sem aspas e os “pesquisadores” atuam nos seus levantamentos e “levantamentos”. Se as diferenças forem gritantes, escandalosas, denunciando por si mesmas as desonestidades, sou de opinião que o próprio eleitor pode acionar a Justiça.
Fonte: Eurico Barbosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário