A juíza do Trabalho Aline Fabiana Campos Pereira,
da Vara do Trabalho de Assu, condenou a empresa de fruticultura Del Monte Fresh
Producer a pagar indenização de R$ 1 milhão por dano moral coletivo.
Segundo a Ação Civil Pública ajuizada pelo
Ministério Público do Trabalho em 2010, a Del Monte Producer estaria causando
graves danos ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores.
Inspeções realizadas pelo Ministério do Trabalho
e Emprego e pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN, ao longo de
doze anos, comprovou uma série de irregularidades na produção de bananas,
realizada pela empresa norte-americana na região do Vale do Assu.
Entre as principais infrações destacam-se a realização
de jornadas excessivas de até 15 horas diárias e a existência de condições de
trabalho insalubres, inclusive com exposição dos trabalhadores a agrotóxicos
sem uso do equipamento de proteção adequado.
Mesmo advertida, a Del Monte Fresh insistiu no descumprimento
da lei e não tratou de corrigir as falhas verificadas pelos fiscais do trabalho
e da defesa agropecuária, fato verificado em inspeção judicial com a presença
do MPT e dos advogados da empresa realizada no último dia 31 de julho de 2012.
Essas irregularidades compreendiam o transporte
de trabalhadores em veículos sem qualquer segurança e a utilização de tração
humana para carregar cachos de bananas de até o dobro do peso recomendável pela
literatura médica é de 23 kg .
Para a juíza Aline Fabiana Campos Pereira, mesmo
após mais de uma década desde a primeira ação fiscal, inúmeras autuações e a
propositura da ação, a Del Monte Fresh "alterou apenas aspectos mínimos da
sua estrutura produtiva”.
Ela concluiu que, “em geral, continua a ré
deliberadamente descumprindo direitos trabalhistas e um vasto rol de normas de
tutela de higiene, saúde e segurança".
O pagamento de R$ 1 milhão, a título de dano moral
coletivo, deve ser revertido para uma instituição beneficente a ser indicada
oportunamente pelo MPT-RN.
Essa não é uma condenação isolada. A Del Monte Fresh possui
inúmeras ações trabalhistas na Vara do Trabalho de Assu, chegando a ocupar um
terço da pauta das audiências naquele juízo.
F: AssCoSo TRT/RN
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