Naquela Mesa MULHERES, MUITO OBRIGADO
É estranho parabenizar uma mulher pelo dia da mulher. Um dia que nasceu
justamente para combater injustiças que sequer deveriam existir. Vejo a data
com um misto de tristeza e esperança.
Tristeza pela necessidade de haver uma data para lembrar aos homens a grandiosidade das mulheres. Esperança por ver que graças às mudanças que surgiram talvez um dia essa comemoração deixe de ser útil e passe a ser simbólica.
De qualquer forma, fica aqui a minha justa homenagem a todas as mulheres. Não posso reclamar da relação que desenhamos ao longo do tempo.
Sem desprezar meu pai, que teve grande contribuição, mas tudo começou com uma que me deu a oportunidade de vir ao mundo e evoluir.
Depois disso, do alto da minha sabedoria infantil, as achei bem chatas e até meio burras, pois não entendiam e achavam nojentas as brincadeiras que eu e os demais meninos fazíamos, mesmo assim, aproveitei todas as oportunidades para interagir com elas (grudar chiclete no cabelo é uma interação aos 5 anos).
O tempo foi passando e lá estavam elas de novo, dessa vez já com apetrechos. Viraram minha obsessão. Jogava bola, tirava boas notas, contava piadas, me vestia bem, tentava parecer forte, valente e bonito, tudo para arrancar alguns sorrisos delas.
Mais adiante uma em especial me atraiu bastante e acabei tendo a oportunidade de conviver com ela por muitos anos. Aprendi muito. Fui presenteado com a paternidade. A união acabou, mas o respeito e o carinho continuaram.
Não posso reclamar da minha vida afetiva, todas as mulheres que passaram por ela me deram carinho e dedicação. Ok, algumas também me deixaram com raiva, mas passou logo. O fato é que, olhando para trás, tudo foi ótimo. Posso afirmar que eu é que não mereci a maioria, mesmo assim, sempre fui bem recebido.
Tive também a grata surpresa de escrever um blog com muitas leitoras. Cerca de 200 mil mulheres liam o que eu escrevia todos os meses. Com estas eu também aprendi bastante. Foi com elas que eu reduzi os meus preconceitos e ampliei o entendimento do que é a vida. É por causa dessa experiência que hoje tento escrever crônicas.
O homem não tem ideia de como as coisas funcionam até tentar pensar como uma mulher. A nossa visão dura e matemática das coisas faz com que sejamos impulsionados a pensar somente entre o preto e o branco, o sim e o não, ligado e desligado.
A mulher nasceu com o dom da sensibilidade, algumas deixaram isso de lado e foram agir como homens, mas a maioria mantém essa essência (ainda bem).
A admiração da beleza subjetiva, o gosto pelo perfume, o prazer de uma caminhada sob o sol, a dificuldade de escolher entre o vermelho ou amarelo, a vontade de trazer alguém ao mundo, de deixá-lo mais bonito, mais vivo, só poderiam ter base na essência feminina.
É por isso que eu sou fã delas. Incondicional. Por hoje não cabe o meu parabéns, mas sim o meu reconhecimento e agradecimento. Muito obrigado!
F: Marcelo Vitorino
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