Militares no alto do morro do Alemão no Rio relembra Monte Castello em 1945 na Itália
Alto do Complexo do Alemão - um Monte Castello urbano
Comparações a parte, perante as manchetes de hoje em todo o país. O perigo exposto, a vergonha exposta pelo Estado incapaz de atacar as origens dos problemas, só agindo ante o caos social, e, não é de ontem esse quadro, as molduras retratam a triste realidade de nosso povo, pintada em preto e branco em todo o país com lembranças, injustiças e perdas irreparáveis de muitas famílias brasileiras - que as ações e os aparatos militares não recompõem.
Um estado bio-psíquico/social deixado ao povo pelo risco constante do dia a dia em todo o país pela falta de segurança, repassando impotência e condições vulneráveis. Desgastados sentimentos pátrios, ainda repostos quando o socorro vem pelas Forças Militares do país.
O aparato de guerra no Rio de Janeiro contra o tráfego de drogas nos deixou estarrecidos e envergonhados. Imagino os momentos de desespero vivenciados por aquelas pessoas moradoras na localidade do Complexo do Alemão na cidade maravilhosa. A presença dos militares desmantelando o poder paralelo naquela localidade, nos deixa reflexivos e portadores de muitas indagações:
Seria um presente de Natal oferecido pela inteligência do sistema, devolver o Estado de Direito, determinando que a polícia militar ocupe os morros retomando as condições de controle e moradia do local dominado pelos marginais?
Logo mais voltam para casa os militares em missão. O povo pergunta: E as nossas fronteiras onde entra livremente a droga, vão permanecer desguarnecidas?
O tráfego vai acabar ou diminuir? Ou retomam o controle para que a situação sirva de instrumentos para futuras ações onde recebem o aplauso do povo?
Em um país continental, emergente, vislumbrando progresso e assentos ao lado das grandes potências, por que perduram dúvidas quanto a necessidade de termos uma Forças Armadas valorizada, aparelhada, com objetivos determinados na constituição e que as diretrizes e estratégias sejam definidas por profissisonais que analisam, previnem e executem as ações nas origens dos problemas?
Se há um comércio no mundo, tem gente que compra e vende. Outras metrópoles consomem mais drogas do que o Rio de Janeiro, no entanto, nunca existiu uma convocação das Forças Armadas daqueles países para combatê-lo.
Prevenir o consumo é uma complexidade educacional. Isso sim, educacional. E, é conseguida com programas educativos. Temos exemplos no país, o consumo do cigarro caiu significativamente, é um fato observado por todos, foi um resultado de programas, utilizando profissionais em comunicação e saúde pública, onde os próprios usuários jovens foram capacitados a falar sobre as conseqüências de abuso da juventude. Deu certo, eles reagiram e o resultado está aí. Você conhece algum jovem que fuma? Sim! Converse com ele, faça a sua parte.
Voltando a questão das outras drogas que constituem o maior problema do mundo moderno. Combater seu consumo é bem mais complexo do que prender traficantes. A maior eficiência no combate ao tráfico seria a presença efetiva das Forças Armadas nas fronteiras, (por onde entram as drogas no país), programas de educação, emprego e saúde pública.
As opiniões divergem quanto a legalização da droga. O que pesa é sua fiscalização. Não sendo uma solução aceita por todos, mesmo assim, ela traria menos conseqüências do que sua proibição.
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