... e foi assim em outros carnavais, o sorriso solto, ansiosos desejos contidos. Todos brincavam, tudo era diversão, nos salões, serpentinas, columbinas e pierrôs. Nas ruas, a festa do povo, as classes sociais divididas pelas fantasias, ainda contida pela graça, pela espontaneidade dos valores da época ... e tudo continuou como um eterno carnaval onde os lanças perfumes foram substituidos, permanecendo o lúdico, agora distorcido e substituido pelos dividendos.
Estrofe do Dia (*)
Dancei forró na latada,
Vi vale, vi serrania,
na lida da apartação
esbanjei muita alegria.
Mas, a minha fantasia
era de couro, o gibão,
e o meu cavalo alazão
entrando no matagal,
fazia o meu carnaval
nas quebradas do sertão
Autor: Marcos Medeiros/RN
(*) Intuição do editor: Inspiração assim ... só estando no pé da serra de Santana! (?)
Uma Trova Nacional
O morro grita o seu nome
num frenesi sem igual
e vai sambando com fome
a deusa do carnaval!
Autor: Fernando Câncio/CE
Uma Trova Potiguar
Carnaval – Festa do povo,
dos prazeres, da folia...
Foliões buscam de novo
reviver sua alforria!...
Autor: Joamir Medeiros/RN
...E Suas Trovas Ficaram
No carnaval desta vida,
ou por graça ou por maldade,
a Mentira anda vestida
com a nudez da Verdade!
Autor: Archimino Lapagesse/SC
Uma Trova “NÃO” Premiada
Fiz da vida um Carnaval,
mas terminei num impasse:
- A máscara do irreal
grudou-se na minha face!
Autor: Renato Alves/RJ
...E Suas Trovas Ficaram
O carnaval bem merece
o prêmio Nobel da paz,
pois nele a gente se esquece
das crises que o mundo traz.
Autor: Jorge Murad/RJ
Soneto do Dia
MEUS NOVOS CARNAVAIS.
Ontem chegou um Novo Carnaval,
Mais um Tríduo Momesco que inicia.
eu que sempre vesti a Fantasia,
fui revelar-me Nu, ao natural.
E sendo eu, saudoso Folião,
dos Carnavais de Corso, na Avenida,
(A “Rio Branco” a minha preferida),
me preparei, de bengala na mão.
E não “banquei” o “Bat Masterson”.
O “toc” da bengala deu o tom
da minha claudicante alegria.
Ao repuxar da perna (Um “AVC”),
sem imitar o “Saci-Pererê”,
eu, num pé só, pulei...sem Fantasia!
Autor: Sergio Augusto Severo/RN
Outra Trova Potiguar
Surdo, cuíca e pandeiro,
usando esse arsenal,
mostra para o mundo inteiro,
o Brasil, seu carnaval.
Autor: Hélio Pedro/RN
Trova e estrofe de Ademar Macedo " El trovador de la sierra madre Cajarana"
Aquele amor sem fronteira
no carnaval de nós dois,
durou até quarta-feira
e virou cinzas... Depois.
Autor: Ademar Macedo
Santana do Matos/RN
Estrofe
Nos Carnavais sempre eu sofro
do princípio até o fim,
pois sou aquele palhaço
travestido de arlequim
e envolto na multidão
e envolto na multidão
sinto um mundo de ilusão
sambando dentro de mim...
Autor: Ademar Macedo
Santana do Matos/RN
Outra Trova Potiguar
Na passarela dos sonhos,
num desfile de magia,
passam pierrôs tristonhos,
num carnaval sem folia...
Autora: Maria Carriço/RN
Outra Trova Nacional
Se entre guizos, eu componho
meu disfarce de Arlequim,
há sempre um Pierrô tristonho,
que chora dentro de mim!
Autora: Carolina Ramos/SP
Uma Trova “NÃO” Premiada
A máscara colorida,
de uma forma original,
transformou a minha vida
num eterno carnaval.
Autora: Maria Nascimento/RJ
...Essas também Ficaram
A fantasia acabou...
Joguei a máscara a esmo,
e, da farsa, o que restou:
- eu, palhaço de mim mesmo!
Autora: Nádia Huguenin/RJ
Simplesmente Poesia
SONHO DE CARNAVAL.
No carnaval ,
quero tirar a máscara
me despir da fantasia de palhaço
que exibo o ano inteiro!
Quero, de cara limpa,
cair na folia
viver a alegria
dos três dias !
Quero esquecer que sou palhaço
de uma sociedade massificada
de valores deturpados
verdades mascaradas
sentimentos massacrados
pessoas manuseadas ...
No carnaval ! ? ...
Quero esquecer tudo isso...
Me abrir em sorriso
afinal , pelo menos três dias,
ser feliz é preciso !...
Autora: Mena Moreira/MG
Estrofe
Nos Carnavais sempre eu sofro
do princípio até o fim,
pois sou aquele palhaço
travestido de arlequim
e envolto na multidão
sinto um mundo de ilusão
sambando dentro de mim...
Autor: Ademar Macedo/RN
Simplesmente Poesia
QUARTA-FEIRA DE CINZAS.
E quando a Quarta-Feira enfim chegou
e em cinzas transformou toda a folia,
rasgou, despudorada, a fantasia
que tantos mascarados deslumbrou;
e quando a Quarta-Feira enfim chegou,
fingiu não ver o mais cinzento dia;
e, em meio à rua clara e tão vazia,
cantou marchinhas e canções de amor.
No corpo nu calou toda a tristeza:
deitou-se, doida de melancolia,
na cama de confetes da calçada.
Tigresa, fez da quarta-feira presa:
lançou-se, incontrolável, sobre o dia –
bebeu, sedenta e só, a madrugada.
Autor: Henrique Marques/RJ
Estrofe
Na quarta-feira de cinzas
como qualquer outro dia,
faço de rimas e versos
toda minha fantasia;
me visto de inspiração
pra ser mais um folião
no bloco da poesia!
Autor: Ademar Macedo/RN
Soneto
POEMA DA APOTEOSE.
Tem gente que se diz carnavalesca
pensando no vestir da fantasia...
Há gente com ideia gigantesca
de mascarar a dor numa folia...
Outras existem, de ilusão dantesca,
às margens de uma suposta euforia,
não indo além da gula romanesca
de saciar o sonho por um dia...
O Carnaval, não mais de antigamente,
anda mesclado de prazer urgente,
com gente que não tira os pés do chão!
Mas Carnaval não tem dia nem mês...
é aquele em que se perde a sensatez
na apoteose de uma inspiração!
Autora: Elisabeth Souza Cruz/RJ
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