terça-feira, 8 de março de 2011

SENTIMENTOS POÉTICOS NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Homenagens as mulheres através da sensibilidade dos poetas quando se expressam em Sonetos, Estrofes e Trovas

Soneto

A mulher que eu conheço

Conheço uma mulher e as mágoas que a consomem,
dos tempos celestiais, dourada fantasia
que a fez vivenciar efêmera alegria
nos braços infernais do seu primeiro homem.

Excêntrica mulher (que por leviana a tomem),
foi virgem que cedeu à primeira ousadia,
se fez esposa e mãe, mulher com galhardia,
uma leoa, enfim! (Se bem que alguns a domem...)

Excelso querubim, foi quase meretriz,
sem nunca rejeitar o pão que Deus lhe deu,
sem nunca se curvar àquilo que não quis!

E agora, rumo ao fim, pôs fel no que escreveu,
mesclando o casto mel de quem quer ser feliz...
Conheço essa mulher... Essa mulher sou eu!
Autor: Divenei Boseli/SP

Estrofe

Sou Poeta e Trovador,
penso igual a todo vate:
em mulher nunca se bate
nem mesmo com uma flor!
Pra mulher eu dou amor
ponho rosa em seu caminho
escrevo num pergaminho
que é pra poder lhe avisar:
– no dia que eu me zangar
Mato você... de carinho.
Autor: Ademar Macedo/RN

Trovas

Minha mulher reza tanto
aos pés de nosso senhor;
que eu vou precisar ser santo
pra merecer seu amor.
Autor: José Lucas de Barros/RN

Deus demonstrando poder,
quando a mulher engravida,
transforma a dor em prazer
na celebração da vida.
Autor: Ademar Macedo/RN

Vêm as rugas...e, no entanto,
a mulher não se intimida.
A perda externa do encanto
não desencanta uma vida!
Autor: Edmar Japiassu Maia/RJ

No dia em que tu quiseres
ser meu senhor e meu rei,
serei todas as mulheres
na mulher que te darei.
Autor: Nydia Iaggi Martins/RJ

E Suas Trovas Ficaram ...
Não há poeta ou pintor,
nem outro artista qualquer,
que enalteça com rigor
a perfeição da Mulher.
Autor: Alydio C. Silva /MG

Simplesmente Poesia

A mulher que passa

Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Autor: Vinícius de Moraes/RJ

O Amor

E alguém disse:

Fala-nos do Amor:
- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.

Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor basta ao amor.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão se estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.
Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.

Autor: Khalil Gibran

Nenhum comentário:

Postar um comentário