Homenagens as mulheres através da sensibilidade dos poetas quando se expressam em Sonetos, Estrofes e Trovas
Soneto
A mulher que eu conheço
Conheço uma mulher e as mágoas que a consomem,
dos tempos celestiais, dourada fantasia
que a fez vivenciar efêmera alegria
nos braços infernais do seu primeiro homem.
Excêntrica mulher (que por leviana a tomem),
foi virgem que cedeu à primeira ousadia,
se fez esposa e mãe, mulher com galhardia,
uma leoa, enfim! (Se bem que alguns a domem...)
Excelso querubim, foi quase meretriz,
sem nunca rejeitar o pão que Deus lhe deu,
sem nunca se curvar àquilo que não quis!
E agora, rumo ao fim, pôs fel no que escreveu,
mesclando o casto mel de quem quer ser feliz...
Conheço essa mulher... Essa mulher sou eu!
Autor: Divenei Boseli/SP
Autor: Divenei Boseli/SP
Estrofe
Sou Poeta e Trovador,
penso igual a todo vate:
em mulher nunca se bate
nem mesmo com uma flor!
Pra mulher eu dou amor
ponho rosa em seu caminho
escrevo num pergaminho
que é pra poder lhe avisar:
– no dia que eu me zangar
Mato você... de carinho.
Autor: Ademar Macedo/RN
Trovas
Minha mulher reza tanto
aos pés de nosso senhor;
que eu vou precisar ser santo
pra merecer seu amor.
Autor: José Lucas de Barros/RN
Deus demonstrando poder,
quando a mulher engravida,
transforma a dor em prazer
na celebração da vida.
Autor: Ademar Macedo/RN
Vêm as rugas...e, no entanto,
a mulher não se intimida.
A perda externa do encanto
não desencanta uma vida!
Autor: Edmar Japiassu Maia/RJ
No dia em que tu quiseres
ser meu senhor e meu rei,
serei todas as mulheres
na mulher que te darei.
Autor: Nydia Iaggi Martins/RJ
E Suas Trovas Ficaram ...
Não há poeta ou pintor,
nem outro artista qualquer,
que enalteça com rigor
a perfeição da Mulher.
Autor: Alydio C. Silva /MG
Simplesmente Poesia
A mulher que passa
Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! Como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pêlos são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Autor: Vinícius de Moraes/RJ
E alguém disse:
Fala-nos do Amor:
- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.
E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.
Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.
Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.
Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.
Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.
Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.
O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.
O amor não possui
nem quer ser possuído.
Porque o amor basta ao amor.
E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.
Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão se estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.
Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.
Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.
Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.
Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.
Autor: Khalil Gibran
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