quinta-feira, 19 de julho de 2012

SINPOL ATRIBUI AUMENTO DE CRIMINALIDADE EM NATAL À FALSA INTERIORIZAÇÃO


Sindicato vem alertando para a criação do problema pelo Governo, que vem desfalcando os serviços da capital

O Jornal Tribuna do Norte divulgou matéria nesta quinta-feira (19) mostrando que Natal é a capital brasileira que registrou o maior crescimento percentual de homicídios praticados contra crianças e adolescentes entre 2000 e 2010, variação de 837,5%. O SINPOL/RN, no entanto, observa: a situação não causa surpresa. Foi, sim, alertada pela entidade nos diversos ofícios que encaminhou à Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, quando criticou a falsa interiorização realizada e amplamente divulgada pelo governo, nos dois momentos em que convocou novos policiais (87 em dezembro de 2011 e 85 agora em julho de 2012).

O Sindicato explica: como as convocações só estão ocorrendo para suprir as vacâncias por mortes ou aposentadorias, os novos policiais que deveriam ocupar as vagas deixadas, sobretudo, nas delegacias da capital, estão sendo destinados ao interior, causando na opinião pública de forma proposital uma errada impressão de que o Governo está investindo na interiorização e, portanto, ampliando o serviço.

MAIS CONVOCAÇÕES
Tal interiorização estaria ocorrendo sim, ressalta a entidade, se os serviços da Grande Natal não estivessem sendo penalizados com a medida “populista e publicitária” desta administração. Para isso, frisa, o Governo deveria, sim, estar nomeando os 307 policiais que estão formados desde 2010, e convocando outros quase 300 aprovados deste mesmo concurso de 2009, que aguardam a última etapa, que é o curso de formação.

NOVO CONCURSO
Outra demonstração de que o Poder Executivo teria realmente a intenção de interiorizar e ampliar os serviços da Polícia Civil seria ainda a abertura de novo edital para concurso público. Segundo Lei, seriam necessários 4 mil agentes, 800 escrivães e 350 delegados para atender às necessidades dos 3.168.027 habitantes do Estado, nos 167 municípios. Ou seja, 5.150 policiais civis. Com a convocação de julho, o efetivo tem agora uma média de 1.150 agentes, 170 escrivães e 170 delegados. Desta maneira, seriam necessários mais de 3.500 novos policiais, o que não seria suprido mesmo com a convocação dos aprovados restantes de 2009.

O LEVANTAMENTO
De oito casos registrados em 2000, passou-se a 75 mortes/ano uma década depois. A variação representa um aumento de 837,5% e supera todas as outras capitais dos estados brasileiros. O avanço desse tipo de criminalidade fez com que Natal deixasse a penúltima posição para ser a décima colocada em um ranking comparativo com as outras capitais. Quando se leva em consideração a taxa de homicídios contra crianças e adolescentes por 100 mil habitantes, o aumento é ainda mais significativo: 967,9% em 10 anos.
Além do avanço notável da capital, o estado do Rio Grande do Norte também ganhou posições no ranking dos estados em que mais se assassina jovens até 19 anos. A taxa de homicídios do RN aumentou de 2,6 por 100 mil habitantes para 12,7, passando da 26º posição para a 13º posição em comparação com as demais unidades federativas do país entre os anos de 2000 e 2010.

As análises pertencem ao estudo "Mapa da Violência 2012 - Crianças e Adolescentes do Brasil", desenvolvido pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) no Brasil. As fontes utilizadas para a realização do estudo foram: o Sistema de Informações de Mortalidade - SIM, com dados de 1980 até 2010 e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan, com dados do ano 2011, ambas as fontes do Ministério da Saúde, além do Sistema de Informações Estatísticas da Organização Mundial da Saúde - Whosis para as análises internacionais.
DADOS ATUAIS
A base de dados da pesquisa tem encerramento no ano de 2010. No entanto, números alcançados pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE mostram que em 2011 e até agora em 2012, a realidade não se alterou na capital potiguar. Durante o ano passado, 86 homicídios tiveram menores como vítimas. Até a primeira quinzena de junho de 2012, foram registrados 36 casos.
F: AssImp SINPOL

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