Um debate do mais
alto nível sobre o futuro da Consolidação das Leis do Trabalho, promovido pelo
Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN), reunindo representantes da
Justiça e do Ministério Público do Trabalho, dos advogados trabalhistas e dos
magistrados, marcou as comemorações dos 70 da CLT em Mossoró.
A reunião foi
realizada no auditório da Subseção da OAB e contou com o apoio da Procuradoria
Regional do Trabalho, da Ordem dos Advogados, da Associação dos Magistrados do
Trabalho da 21ª Região e da Associação dos Advogados Trabalhistas do Rio Grande
do Norte.
Em sua saudação
aos presentes, o presidente do TRT-RN, desembargador José Rêgo Júnior,
recomendou “aos que insistem na mesma tecla, numa tentativa inócua de
desmerecer a nossa Consolidação das Leis do Trabalho, a leitura atenta e sem
preconceitos ou prejulgamentos de seus textos”.
Para ele,
“ninguém tem o direito de diminuir, ignorar ou desrespeitar o relevante papel
desempenhado pela CLT na vida econômica, social e política brasileira”.
Já a diretora da
Escola Judicial do TRT-RN e titular da Vara do Trabalho de Assu, juíza Simone
Jalil, passou em revista a história dos 70 anos da CLT e qualificou-a como “uma
heroína porque tem resistido heroicamente às investidas daqueles que querem
reduzir os direitos dos trabalhadores”.
No entendimento
da juíza, “é preciso atualizar a CLT, mas não suprimir conquistas, assim como é
essencial tornar mais severas as penas a quem a descumpre, por exemplo, em
relação ao trabalho escravo e ao trabalho infantil”.
O procurador
geral do Trabalho, Luis Antonio Camargo de Melo chamou a atenção de todos para
a ocorrência de mais de 2.700 mortes por acidentes de trabalho no Brasil, no
ano de 2012, “sem contar o custo para a Previdência Social, entre 70 e 100
bilhões anuais, com pessoas mutiladas, doentes e viúvas, vítimas do trabalho”.
Na visão do
procurador, “ainda falam que a CLT é obsoleta. Como alguém que promove a
igualdade jurídica a quem nunca estará em pé de igualdade econômica e social
pode ser obsoleta?”, provocou.
O vice-presidente
da OAB Mossoró, advogado Jonas Segundo observou que “a CLT não é protecionista,
ela apenas tenta ser mais justa possível. A CLT não pode ser aposentada
compulsoriamente. Ela deve ganhar uma nova roupagem com a mesma ideologia, que
é a proteção do trabalhador”.
Ele defendeu
alguns pontos que, na opinião dele, precisam ser aperfeiçoados, “como a
responsabilização dos tomadores de serviços de mão de obra terceirizada, o fim
da prescrição qüinqüenal, a transferência da responsabilidade pelo pagamento
dos honorários advocatícios para quem perde e não para o trabalhador”.
Para a juíza
Maria Rita Manzarra, presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho do
Rio Grande do Norte, “a CLT está viva e atual e ela não é apenas uma
codificação. É um elemento redutor das desigualdades, completa, plena e
suficiente, por si só”.
Já o advogado
Glaydson Soares, que representou a Associação dos Advogados Trabalhistas do Rio
Grande do Norte no debate, elogiou a iniciativa do TRT-RN de “capitanear essa
comemoração dos 70 anos desse conjunto de leis tão importante para a vida do
trabalhador brasileiro”.
F: TRT-RN 21ª Região
F: TRT-RN 21ª Região
AssCom
Nenhum comentário:
Postar um comentário