Ex-governadora cobra do atual Governo obra paralisada há dois anos
Diante da paralisação do Terminal
Pesqueiro de Natal há dois anos – mesmo tendo o Governo atual que executar
apenas os 5% restantes da obra - a ex-governadora Wilma de Faria emite o
seguinte artigo:
TERMINAL PESQUEIRO
O Rio Grande do Norte é um
pólo pesqueiro importante. Somos destaque na produção do Atum e da Meca, peixes
dos mais consumidos e valorizados do mundo. Devido à posição geográfica -
de esquina do continente - as correntes marítimas aliadas à dimensão da 'plataforma
oceânica' (área submarina de menor profundidade que determina a
distância entre a costa e o mar profundo - onde ficam os cardumes) fazem
da pesca uma das nossas vocações econômicas, embora muito pouco explorada.
Como governadora, percebia
uma situação absurda neste segmento: o Atum pescado no nosso estado saía daqui
praticamente 'in natura', congelado do jeito que saía do mar, para
ser exportado para Europa e Estados Unidos. Lá, era industrializado,
processado, enlatado e - pasme - retornava para o Brasil e para o RN em
latinhas de poucas gramas, para ser vendido nos supermercados por preços muitas
vezes maiores do que o valor pago aos nossos pescadores. Imagine: este
produto - nosso - ter que dar este 'passeio' intercontinental para ser processado
e agregar valor, dando lucro e emprego a muita gente fora daqui - até em outros
países.
Aprofundando as discussões,
soube até que tinha barcos japoneses modernos, industrializados, pescando
clandestinamente em nossa faixa de mar, levando nossas riquezas naturais sem
sequer nos pedir licença. A pergunta que não queria calar: por que o Atum tem
que sair daqui para ser industrializado? Por que
não temos indústrias
para que o pescado já
saia daqui processado, enlatado, pronto para o consumo, direto para supermercados
do estado, do país e do mundo, valendo mais, gerando empregos, oportunidades, negócios
e receitas para o RN?
Reuni experts no assunto, fizemos um plano de ação,
criei uma sub-secretaria para a pesca, nomeei um professor universitário especializado
para dirigi-la – Alberto Cortez - e começamos a REVERTER esta situação, criando
uma política pública estruturada para este importante setor. Demos
incentivos fiscais, reduzindo o preço do diesel para as embarcações
locais, e iniciamos a luta pela construção de um PORTO PESQUEIRO para
Natal. Passamos a atrair indústrias de processamento de
pescados para se instalar e criar valor aqui. O resultado está
aí: abandono e descaso. Depois de muita luta e de grande esforço, ao deixar o governo,
o nosso Porto Pesqueiro estava quase pronto e com os recursos assegurados para
a sua conclusão.
Agora, espero que
as autoridades, os atuais governantes, os agentes econômicos, os
trabalhadores, os pescadores e a população em geral não deixem esta
política pública desandar - a exemplo do que tem ocorrido com outros projetos
estruturantes iniciados por nós. Não importa a questão partidária. Isto é
menor. O projeto não é meu, nem de ninguém. É do Rio Grande do Norte! O que
importa é consolidarmos um projeto que foi pensado e realizado para trazer
oportunidade de emprego, de renda e de melhor condição de vida para os
norteriograndenses.
F: AssCom
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