O Título de Eleitor e Identidade são motivos conflitantes dos interesses políticos
Dilma e Serra divergem sobre decisão do STF
RIO (Reuters)
Os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) divergiram nesta quinta-feira sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite ao eleitor votar no próximo domingo apenas com um documento oficial com foto.
A petista comemorou a decisão proclamada nesta tarde classificando-a como "lúcida", ao passo que o tucano a definiu como "estranha". Por oito a dois, o STF derrubou a exigência de dois documentos.
"Não vejo com grande preocupação. Mas só achei estranho uma lei que foi aprovada há um ano por todo o Congresso Nacional e pela Casa Civil, pela Dilma", disse o tucano, referindo-se a sua adversária.
Serra lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei sem vetos em setembro do ano passado. "A lei foi para TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que instruiu a população a votar de uma determinada maneira e... o PT chega na última hora para derrubar a lei. Achei esquisito. Não creio que tenha grande consequência", acrescentou o presidenciável.
O tucano afirmou ainda que não se sente prejudicado pela decisão do Supremo, embora fosse favorável à apresentação dos dois documentos, por reduzir a fraude.
Para ele, o PT entrou com essa ação no STF na última hora por achar que o voto menos controlado o favoreceria. Indagado sobre uma eventual ligação dele ao ministro Gilmar Mendes durante a sessão de julgamento, na véspera, solicitando a interrupção, conforme publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, Serra negou.
Sobre o possível telefonema, a candidata do PT evitou fazer juízo de valor. "Não sei se (Serra) entrou em contato ou não... não tenho como saber. Tem um jornal afirmando, não vi provas.. Se entrou em contato, é uma das provas mais escandalosas de aparelhamento", disse.
Para a petista, a decisão do Supremo foi uma vitória.
"Agora não é uma concepção só do PT, mas mostra a convicção do Supremo no sentido de que a votação, no dia 3, pode ser feita apenas com um documento de identidade. Havia restrição à exigência de um outro documento. É uma vitória no STF. E muito importante porque facilita o ato de votar de milhões de brasileiros e brasileiras. Estamos de fato muito felizes com essa decisão", insistiu Dilma.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
Nota do Blog:
Que houve interesses políticos na aprovação ou não das mudanças, não temos dúvidas. Em um país com alto índice de analfabetismo, um documento a mais ou a menos facilita a manipulação nas sessões eleitorais, prevalecem interesses de terceiros e de falsos desempenhos dos convocados em exercícios do dever. Ficam algumas indagações e Pontos de Vista:
1 - Por que essas decisões na véspera das eleições?
2 - Por que as regras do jogo dependem da situação do campo?
3 - Na próxima eleição tudo pode mudar? Prevalece a prática como revanche ou desenvolve-se a cultura da corrupção?
4 – Em um país reconhecido como moderno em termos de tecnologia no processamento eleitoral, por que se manipulam o acesso ao direito de voto, a prática em si, do ato simples de identificação de um eleitor?
São perguntas simples, cujas respostas convincentes, “não/ou” sofismadas, baseadas nos princípios da legalidade: só existiriam crimes se antes, uma Lei o definissem. Portanto justifica-se e será cumprido o princípio da Legalidade, são as regras do jogo. - Se o campo não oferece as seguranças necessárias ou facilitam o resultado em disputa, façamos os itens e subitens para que possamos apresentar um vencedor. E na contenda dos argumentos que no final penaliza ao “todo”, as vezes premiando um lado, que foi reforçado pelos técnicos, militantes e auxiliares que se moldam ao sistema, independentes de conceitos ou conhecimentos, prevalecendo a submissão pelos meios corruptos.
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