"Em vídeo, arcebispo da PB critica Dilma e o PT por defesa do aborto
"Dom Aldo Pagotto diz que partido busca implantar 'cultura de morte' no país"
"Assessoria de religioso afirma que ele foi 'vítima de armadilha'
Em um vídeo de 14min59seg publicado no site YouTube, o arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, critica o PT e a candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff, por posições em relação à defesa do aborto.
No depoimento, dom Aldo aparece em uma sala, com a imagem de Nossa Senhora e uma foto do papa Bento XVI na parede. Afirma que se dirige aos diocesanos, "tendo em vista o segundo turno das eleições". Diz que o PT defende uma "cultura de morte" e que, desde o início de outubro, Dilma “vem pregando ser a favor da vida”, “sem se importar” com um vídeo em que, segundo o arcebispo, ela se manifesta favorável ao aborto.
O arcebispo não quis se manifestar sobre o vídeo com o seu depoimento. Sua assessoria de imprensa informou, nesta segunda-feira (11), que dom Aldo foi “vítima de uma armadilha”. Segundo a assessoria, o arcebispo gravou um depoimento para uma instituição contrária ao aborto na última sexta-feira (8) na Paraíba. O vídeo foi postado na internet no sábado (9). A assessoria do arcebispo, contudo, não soube informar o nome da entidade que teria gravado o vídeo.
No início da noite desta segunda, o G1 tentou falar com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, mas não conseguiu contato.
"Cultura de morte"
No vídeo, dom Aldo afirma: "A cultura da morte começou a ser introduzida no nosso país no começo dos anos 80 e 90 graças a um financiamento mássico de organizações internacionais. Em 2003, alcançou respaldo no Partido dos Trabalhadores, que alcançou o poder (...) Desde que chegou ao poder, o Partido dos Trabalhadores assumiu como projeto de governo a completa legalização do aborto no Brasil".
E completou: "O partido não escondeu a sua agenda antes. Paradoxalmente, passou a negar com insistência o que fazia publicamente, mesmo diante de todas as evidências ao contrário. (...) Pode-se concluir que, para esse partido, essa atitude pró-aborto não é um mal-entendido, não é um equivoco, nem é uma fraqueza, nem é um vício, nem um erro de percurso, mas constitui a própria estratégia para implantar a cultura de morte no Brasil".
Em outro ponto, o arcebispo diz: “Nesta primeira semana de outubro, a candidata [Dilma Rousseff] vem pregando ser a favor da vida, que é a favor da vida. Ela ainda acrescentou ser de uma família católica, e que não apenas é mas que sempre foi a favor da vida, sem se importar com o fato de que circula livremente pela internet um vídeo em que ela mesmo declara que o aborto tem de ser descriminalizado”.
Dom Aldo ainda afirma que seu objetivo não é fazer “política partidária”, mas sim “indicar sobre o voto”. “Aqui não estamos fazendo política partidária. Não cabe à igreja indicar ou não indicar candidatos, mas é dever dos pastores indicar sobre o voto e suas conseqüências”, afirmou.
Ao final do vídeo, o próprio arcebispo pede a seus fiéis que ajudem a divulgar o vídeo.
“Não podemos nos calar. Quero pedir o apoio dos meus diocesanos para que esse vídeo seja divulgado junto ao maior número de fiéis”, afirma.
CNBB
O G1 procurou nesta segunda-feira (11) a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e recebeu a informação de que todos os responsáveis estão viajando.
No site da confederação, um documento postado na última sexta-feira (8) afirma: “Lamentamos profundamente que o nome da CNBB – e da própria Igreja católica- tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo dever – de cada bispo, em sua diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã".
Na nota, a CNBB ainda desautoriza qualquer arcebispo a falar em nome da entidade. Segundo a nota, apenas falam em nome da CNBB a Assembleia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência. A entidade ainda afirma que não indica nenhum candidato.
“Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recomendamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão”, diz a nota"
Do G1, em Brasília
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