Natal - 29/08/2009
Autor: Dutra Assunção
Santana do Matos / RN
Santana! que sertão é esse!?
É esse o nosso novo sertão?
Onde poesia despreza a rima!?
Olhares quase não mais sorriem!
As bênçãos agora somente as divinas,
Deus o abençoe, os pais não mais ensinam,
Os filhos entregues ao mundo a sorte, à sina!
É esse sertão que Santana nos oferece, oh Sant’Ana!
Sem certezas, esperanças, desejos ou afirmações!?
Ao voltares seus costumes não nais aparecem
As origens não mais causam impressões,
Só lembrança, afagos nos enternecem
Sertão dos valores reconhecidos
Não cairás perante outras doutrinas
Ante a ânsia dos momentos destemidos,
Há desejos de realização entre os escombros,
Despontarás cactos verdes como floras emanam
Sertão que reerguemos como se fossem os ombros
Não mais exclamando - Que sertão é esse Santana?
Santana do Matos/RN
Natal, 31 de Março de 2009
Antônio Carlos
Brasileiro de Almeida Jobim.
Águas de março...
Foi começo, eterno, sem fim ...
Em dueto nos apresenta,
os anos setenta,
Elis Regina como clarim.
Sol, verão, estações, águas de março,
um dueto famoso nos acalenta.
O poeta ... O boêmio e a intérprete,
A década, a paz não se comenta.
Regando cidades,
campos e sertões,
"Águas de março";
Fizeram sóbrios os salões.
Agora se canta em refrão,
as "águas de março",
em recordação.
E o poeta se foi,
e o canto entoou,
o refrão se firmou,
a melodia marcou.
Foi um passado pungente,
agora presente sem carinho ...
O amor mais ausente.
Agora é a vida insegura!
É arma atirando!
É o sangue pingando!.
É a vida saindo,
é o poeta partindo
é a morte chegando.
É o ritmo sem rima,
o trabalho sem o moço
é o suor sem esforço.
Agora pode ser:
Carlos Antonio Estrangeiro
De Souza ou Sousa e Silva,
sem ideais, meios ou fins
- Que se apresentam
em grupos, em coro,
a voz coletiva como estopim.
Identidade
Autora: Rita do Carmo
Santana do Matos/RN
Quando tocares em mim
Que seja devagarzinho
Que as vezes sou como a flor
E às vezes sou como espinho
Se me ferem, sou revolta
Se me amam, sou carinho.
Amor
Autor: Oscar Macedo
Santana do Matos/RN
Pediu-me alguém, que definisse o amor,
Para zombar talvez do que eu dissesse;
Porque, se o amor, eu definir pudesse,
Seria um mago, exímio encantador.
Porque, quem resistir quando eu quisesse,
Desvendar-lhe o mysterio, e com ardor,
Dizer seu lethal gosto, seu sabor
De mel de hymêto? Emfim quando eu dissesse.
Como alguém diz: “É mal sem cura”.
“Delírio da razão, quase loucura”?
Quem já não teve o goso de soffrel-o
Outro alguém diz assim – “É phantasia...”
Mas como defenil-o eu puderia
Se nem ao menos posso comprehendel-o?!
Desencontro
Autora: Suely Magna
Santana doMatos / RN
Ao primeiro contato
Com os raios do sol
A lua verbalizou
Festejou, saltitou
Ardeu-se, vibrou
Aqueceu-se no seu fulgor
Encantou-se e bailou,
Banhou-se e mergulhou
No azul marinho, respirou
Soprou súbitas nuvens
Transbordando liberdade
Em gotas de felicidades
Navegou, divagou
Atirando-se à incerteza
Dos neurônios afetados
Esbanjou-se, desfilou
Filigranas de vaidade
Mas o tempo não vacilou
A hora estancou sua face
Escancarando o abismo
Fez o sol amedrontar-se
A lua desencantar-se
E os dois corpos
Seguramente opostos
Numa oposição complacente
Ao alinhamento desejado
Viram-se tragados
Separados pelo vento.
Liberdade
Autora: Rita do Carmo
Santana do Matos/RN
Jamais quero te prender
Eu quero também ser livre
A porta está sempre aberta,
Pois pássaro preso não vive.
Se voltares é porque o tenho
Se não, porque nunca o tive.
Eu amoela
Santana do Matos / RN
O caminho é a leitura
Trovas
Ademar Macedo
Peço que não olhe como falo
Mas ouça o que diz meu coração
Nele está o sentimento verdadeiro
Que concerta o meu erro de expressão.
Pois o dia em que disse “eu amoela”
Um leigo interpreta o sentimento
Um sábio veria um cacófato
O amor sentiria o pensamento.
Interprete o que eu penso
Não repares como falo
Se não entendes, me diga
Que para sempre me calo.
Casa de matuto tem
Autor: Assis Braga
Santana do Matos/RN
Um rádio em cima da mesa
Só pra ouvir, com certeza
Uma boa cantoria
A garrafa d’água fria
Guardada em baixo do pote
E no calendário, um garrote
Que vê quando conta os dias.
Um tamborete furado
Um borrego enjeitado
Uma porca com bacurin
A imagi de meu padin
O pade Ciço Romão
E um cafezin no fogão
Pra tomar com os vizin.
Empurrou a rola em Liu por 17 cruzeiros
Autor: Francisco Neves Macedo
Santana do Matos - RN
No ´´SUMANÁ´´, que mantinha
sexta e sábado no mercado,
o tira-gosto afamado
era piaba e rolinha.
Mas um cara da Varzinha,
que era doido por dinheiro,
´´foi chegando sorrateiro´´,
e como o José não viu,
empurrou a rola em Liu
por dezessete cruzeiros
O caminho é a leitura
Autor: Francisco Maribondo (Gôga)
Santana do Matos/RN
Toda leitura é caminho
que leva ao conhecimento,
se torna um hábil instrumento
para a ascensão social.
Essa leitura é o canal
Que nos conduz ao saber,
cultivo o hábito de ler
há leitura em toda parte
expostas à nossa vista
cada leitor é um artista,
toda leitura é uma arte!
Trovas
Ademar Macedo
Santana do Matos – RN
Se por piedade ou por pena,
a união não se desfaz;
vivem os dois triste cena
onde nem pena tem mais!
Santana do Matos - A princesinha do sertão
Autor: Zé Saldanha
Santana do Matos / RN
Natal, Março de 2008Hoje, um ano de publicação
Do nosso Jornal Cajarana,
A gazeta de Santana
Princesinha do sertão!
De pequena dimensão,
De volumosa cultura,
Estudo e literatura,
Conhecimento e certeza!
Foi a mão da natureza
Que lhe cobriu de aventura...
A cidade é conhecida
A terra da filosofia
Estudo e sabedoria,
Pela a Santa é protegida!
Sua história é lida
Pelos paises em gerais
Livros, revistas e jornais
A cidade de Santana
Sua história é veterana
Linda e bonita demais!
Uma cidade pequena
De vultos evoluídos
Registrados, conhecidos:
Ferreira, Lopes, Macena!
Uma gentileza amena
De perfil brilhante e ledo
Felipe, Fernandes e Macedo
Lolô, Carvalhos e Balbinos,
Raimundo e Adelino,
Avelinos e Azevedo...
Santana terra dinâmica
De uma alta nobreza,
De barão e baronesa
Os donos de Serra Branca,
É a chave que destranca
Essa história varonil,
Dessa cidade gentil
Terra feliz e amada
Da primeira deputada
Da história do Brasil!
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