Foto: Adriano Abreu
Segundo
o diretor do Sindicato dos Bancários, Gilberto Monteiro, a expectativa é
que até 2017 a mudança seja implementada por completo em todas as
regiões do país. No entanto, ele vê com receio tal modificação. “Isso
foi uma negociação entre os bancos para dividir os custos dos serviços.
Mas, não sabemos se a empresa, PecBan [que gerencia o Banco 24h], vai
ter força para bancar a demanda. Para o cliente, as mudanças, neste
momento, não vão ser boas. E teremos um aumento no fluxo de atendimento
das agências. No futuro, contudo, a promessa é que não sejam cobradas
tarifas de uso além dos pacotes tradicionais de taxas”, comentou.
Ainda
de acordo com o diretor, houve também “pouca divulgação” da mudança por
parte das instituições bancárias. “Já procuramos informativos na
Febraban e no próprio Banco Central, mas, a verdade, é que foi muito
pouco difundida a notícia”, declarou. Ontem (15), a equipe de reportagem
da TRIBUNA DO NORTE percorreu as principais redes de supermercados da
capital e conversou com os usuários de serviços bancários.
Nos
três estabelecimentos comerciais visitados, em apenas um o Banco 24h já
está em pleno funcionamento, assim como ainda permanece um caixa
eletrônico do Bradesco. Em outro, um informativo avisa que os terminais
serão desativados até o próximo dia 20 de junho. Contudo, as tecnologias
já estavam inutilizáveis. E, no terceiro, não haviam mais terminais.
A
administradora Cláudia Dutra, de 42 anos, não conseguiu utilizar o
caixa eletrônico do Banco do Brasil no supermercado Nordestão, na
avenida Prudente de Morais. No local, dos três terminais, apenas um
permanecia ligado, mas, sem realizar a leitura dos cartões. “É uma pena.
Aqui dava muito mais segurança do que nas agências, fora a questão de
ter estacionamento, e eu conseguia fazer tudo”, disse ela.
O
estudante Daniel da Silva, de 20 anos, conseguia utilizar o terminal do
Bradesco, ainda em operação, mas, compartilha a mesma opinião de
Cláudia. “Vai prejudicar muito, porque vamos ter que rodar mais. As
filas vão ser maiores”, pontuou.
No supermercado Carrefour, na
BR-101, em Candelária, a situação encontrada pela reportagem foi
distinta. Em pouco tempo no local, diversos clientes demonstraram-se
surpresos com a mudança. Apesar do aviso que os caixas eletrônicos
permaneceriam funcionando até o próximo sábado (20), os terminais já
estavam desativados. “É ruim. Meu cartão não funciona naqueles caixas 24
horas. Então, vai ser péssimo. Invés de evoluir, retrocede”, frisou o
pastor Celso Luiz Castro, de 62 anos.
O aposentado Romildo Lima,
67 anos, também procurou o autoatendimento e lamentou o insucesso da
ida. “A realidade é que nada vem para ajudar os clientes. O dinheiro é
nosso, está no banco, e não conseguimos ter acesso. E o pior é que não
dão nenhuma satisfação”, afirmou. No supermercado Extra, na avenida
Roberto Freire, zona Sul de Natal, não foram encontrados terminais
bancários em funcionamento, apenas uma lotérica.
Banco 24 Horas - como funciona
O
autoatendimento Banco 24h funciona como um caixa eletrônico sem
bandeira própria, atendendo, atualmente, 32 instituições bancárias. Na
capital potiguar, segundo o próprio site do sistema, existem mais de 96
terminais instalados e em plena operação, fixados em postos de
combustíveis, supermercados, drogarias e outros estabelecimentos
comercias.
Entre os serviços oferecidos, estão opções
tradicionais aos caixas eletrônicos de bandeiras únicas, como saques,
consulta de saldos e extratos. Contudo, em nem todos é possível realizar
transferências, depósitos e ações mais específicas.
Além dos
bancos maiores, como BB, Bradesco, CEF, Santander e Itaú, o Banco 24h
também contempla instituições regionais – Banco do Nordeste e Banrisul –
e financeiras como Sicredi, Losango e Banco Safra.
F: TN