Os indivíduos com hemofilia apresentam infecções e outras doenças, inclusive neoplasias malignas, com freqüência muito menor que os não-hemofílicos. Cerca de 40% dos hemofílicos apresentam sangramentos espontâneos intramusculares, que atuam como uma espécie de auto-hemoterapia natural. Esses hemofílicos são protegidos, ironicamente, por uma das manifestações da moléstia que apresentam. Estas são impressões de um médico paranaense, professor de Medicina com mais de quarenta anos de experiência. Ele assegura que o Ministério da Saúde, se quisesse, poderia comprovar esta hipótese em apenas 15 dias. Trata-se de uma grande contradição com os quatro anos de proibição estabelecido pela Anvisa para o uso da auto-hemoterapia no Brasil.
Na experiência da Enfermaria de Doenças Transmissíveis do Hospital, o referido médico informa que foram internados com doenças infecciosas menos de dez doentes com hemofilia em mais de trinta anos. O citado professor pede para não ser identificado, por causa do que define como “as estúpidas proibições do Conselho Federal de Medicina e da Anvisa, pelas quais os médicos brasileiros ainda correm o risco de serem autuados se indicarem a AHT”. Trata-se de um profissional bem conceituado no seu meio e na sociedade paranaense, que está em plena atividade e teme as represálias que poderiam afetar severamente os seus rendimentos.
Mesmo não se identificando, ele revela que consultou médicos que dão assistência aos hemofílicos atendidos no aludido hospital e eles ficaram atônitos quando lhes perguntou se os hemofílicos apresentavam alta freqüência de infecções comuns na população geral, como pneumonias, infecções de pele, câncer e outras. “Todos disseram que realmente lhes parecia muito baixa a incidência dessas doenças em hemofílicos”, afirma, opinando que seria, portanto, interessante o Ministério da Saúde fazer o acompanhamento comprobatório, reafirmando que “em menos de 15 dias daria para conhecer a verdadeira incidência nos hemofílicos de determinadas doenças infecciosas”. Segundo ele, o modelo da pneumonia lombar seria o mais simples de ser estudado e de doenças neoplásicas comuns, comparando-as com a dos não-hemofílicos. Defende que “o Ministério da Saúde poderia patrocinar estudos sobre a condição imune dos hemofílicos, referentes a presença e taxa sanguínea de citocinas anti-Inflamatórias e capacidade fagocitária dos macrófagos, por exemplo.
O Doutor paranaense revela que reconhece “o fundamento científico do método, sua eficácia e sua segurança” e assevera: “sou adepto do uso da auto-hemoterapia (AHT), tanto na prevenção quanto no tratamento de grande número de doenças”. Acrescenta que conhece pessoas com doenças graves que se encontram muito bem, com sua moléstia controlada, graças ao emprego da AHT”. Afirma também que “O tema é fascinante e as autoridades de saúde do nosso país até agora adotaram uma atitude de desprezo, bazófia e parti-pris (viés) em relação ao assunto”. E faz uma importante comparação: “Foi mais ou menos o que os norte-americanos fizeram relativamente aos estudos científicos de Wilhelm Reich (v. Biopatia do Câncer, livro recém lançado no Brasil)”.
“Considero, por exemplo, uma omissão médica deixar de fazer a auto-hemoterapia no pré-opeartório de cirurgia de médio ou grande porte, sobretudo em pessoas com mais de 50 anos ou debilitadas com qualquer idade”, continua, explicando que “O emprego da AHT no pré-operatório evita infecções e disseminação de células neoplásicas”. Para ele “Não há tratamento mais eficiente, seguro e barato que a AHT para as doenças assim denominadas “colagenoses””. Adianta que conhece “vários casos de artrite reumatóide, lúpus eritematoso disseminado e esclerodermia em que se obteve controle absoluto com a AHT”. Diz mais: “O uso da AHT em infecções crônicas também deveria ser obrigatório”. Cita comoexemplo mais marcante: osteomielite crônica.
Em meio às declarações que têm um imenso valor para o trabalho e a luta dos que defendem e usam a auto-hemoterapia, o médico paranaense esclarece que indica a AHT somente para si, para pessoas da sua família ou para amigos ou clientes que conhece há muito tempo, com a certeza de que não lhe vão denunciar. Observa que “Enquanto forem vigentes esses pareceres estúpidos do CFM e da Associação Brasileira de Hematologia os médicos correm o risco de serem autuados e punidos se declararem publicamente a realização ou a indicação de AHT, ou se forem denunciados à Vigilância Sanitária”. Por esse motivo, autoriza que use as suas declarações mas mantendo o anonimato. Finalizando, declara: “Tenho certeza de que está próximo o tempo em que poderemos prescrever a auto-hemoterapia sem restrições infundadas, e sem correr o risco de sermos autuados pelo CFM”.
Walter Medeiros
Jornalista
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