O ex-jogador e atual deputado federal Romário continua como a maior voz de protesto contra a Copa do Mundo de 2014. Nesta terça-feira, ele foi incisivo nos questionamentos a Jerome Valcke, secretário gera da Fifa, e a Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa, em audiência na câmara.
Mas foi em entrevista ao Bate Bola 2ª edição da ESPN Brasil que o Baixinho foi ainda mais crítico com relação à dupla Valcke-Teixeira e aos demais envolvidos com a Copa de 2014.
"A gente tem que torcer, como brasileiros, para que todas essas pessoas que foram citadas no meio dessas corrupções, no mínimo sejam presas até 2014", afirmou o melhor jogador da Copa do Mundo de 1994.
Ao ser questionado sobre a atuação dos dirigentes de futebol no Brasil atualmente, o Baixinho não aliviou. "Na verdade é o seguinte: o ladrão, o corrupto, o que não presta, para o brasileiro é o político. Tem muitos colegas que realmente eu posso afirmar que estão dentro deste pacote. Mas no que se refere a dirigentes de entidades, clubes e federações no nosso futebol brasileiro, infelizmente eu tenho que afirmar que a cada dia essa corrupção, os roubos e falcatruas existem e vão aumentando de tamanho. O negócio no Brasil está realmente muito feio", disse.
O deputado revelou ainda uma certa decepção com a sessão da Câmara nesta terça-feira. Romário afirmou que se sentiu boicotado pelos companheiros, que não foram tão incisivos quanto eles nas perguntas a Valcke e Teixeira. O Baixinho disse, ainda, que suas principais questões ficaram no ar.
"Em relação a alguns colegas que fazem parte da comissão, sendo bem sincero, eu não esperava nada de diferente porque muitos deles tiveram as campanhas bancadas pela CBF, até pela Fifa, então eles estão ali para cumprirem o papel de defender CBF, Fifa e quem banca todos eles", comentou Romário.
"Já em relação a CBF e Fifa, eles não têm a mínima capacidade de me decepcionar. Eles carregam isso há muitos anos. Não vai ser hoje, muito menos na comissão, que eles vão se redimir. As perguntas que eu fiz foi as que o brasileiro queria ouvir. Mas eu esperava que eles não fossem responder, porque eles têm medo de responder. Se eles dessem respostas mentirosas, eu iria contra eles. Mas eles como pessoas inteligentes do mal, não responderam", disse o ex-jogador.
Romário, que chegou a se referir à sessão da Câmara como "circo", disse que continuará lutando por mudanças na gerência da Copa do Mundo no Brasil. "Vou lutar, brigar para que a Fifa não monte um Estado dentro do brasil e nem que esteja acima da soberania brasileira", disse.
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