Quando começou a onda de lutas por democracia
nos países árabes, mereceu enaltecimento a resistência dos egípcios. Multiplique-se por dez e essa será a média de
tempo da luta dos sírios.
Se existiu independência de país sem mortes
foram em poucos, do mesmo modo com mudança de regime e de governo. Mas o mundo
precisa intervir quando isso passa do razoável, se isso for possível quando se
trata de vidas perdidas.
Há mais de um ano o governo de Bashar al-Assad vem matando centenas de pessoas por dia sem uma interferência
efetiva do mundo, das chamadas potências mundiais, em especial dos Estados
Unidos e da França, que nos últimos episódios tem se destacado na liderança. Não
há uma explicação na imprensa das razões de tanta omissão. Talvez seja por
respeito à chamada autodeterminação dos povos, o que não foi observado nas
invasões noutros países, especialmente no Iraque, invadido sob um pretexto
mentiroso. Esse princípio não deve servir para justificar o abandono aos
sírios, exatamente por não existir naquele país, onde o que reina é uma oligarquia
ditatorial.
Outra justificativa
poderia ser o temor de interferência militar pelo presidente americano, por
medo de uma grande reprovação que possa colcoar em risco a sua reeleição. Nada
deveria estar acima da preservação da vida, ainda que possa custar outras
baixas. Ou ainda pode faltar à Síria o petróleo que sobra noutros países, e essa
pode ser a razão principal de tamanho desinteresse dos países desenvolvidos.
Há também a omissão da sociedade mundial. Não
se vê manifestações em frente às embaixadas sírias mundo afora. Não existem
pesquisas nem páginas em redes sociais de contra o genocídio sírio. Não se lê
nem editoriais contrários ao massacre de civis. Como dito, há mais de um ano os
sírios são massacrados diariamente, o que já resultou em mais de oito mil
mortos, e nada acontece contra o governo sírio como se isso fosse a coisa mais
normal do mundo. Não existe autodeterminação para quem só têm pescoços e
cabeças para resistirem aos fuzis.
Cada
cidadão tem a obrigação de se manifestar e cobrar ação e a interferência que se
fizer necessária de todos Estados, principalmente das potências mundiais. Como
as medidas diplomáticas têm sido ignoradas pelo governo da Síria, torna-se
necessária a interferência militar. Essa exigência não serve ao governo
brasileiro, por já estar acostumado com sua guerra interna, com número anual de
mortos cinco vezes maior do que na Síria.
F: Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
F: Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
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