Para
algumas pessoas, é melhor colocar um bom vídeo educativo em sala de
aula do que um professor ruim. Esta ideia ganha corpo, por exemplo, por
conta dos vídeos gratuitos do professor Salman Khan. Agora traduzidos
para o português, eles ensinam de maneira simples e eficaz temas
complexos. Maluquice? Seria a desmoralização do professor de carne e osso?
Pode-se argumentar que nada mais importante do que um bom professor em sala de aula, instigando a curiosidade. Mas, possivelmente, qualquer um ficaria mais propenso a usar apenas o vídeo do que um professor que sequer consegue ser aprovado numa seleção para dar aulas, reprovado em um teste básico.
É simplesmente desmoralizante para a carreira, como está ocorrendo no governo Alckmin: professores reprovados nos testes são chamados a dar aulas – também é chamado quem nem mesmo fez um teste. O que esta pessoa tem a ensinar se ela própria não aprendeu? Como vai motivar o aluno?
Claro que o governo Alckmin só chegou a este ponto por falta de alternativa. Mas não podemos deixar de apontar o dedo para um partido que está há tanto tempo no poder em São Paulo e foi criado por intelectuais.
No resultado final, quem paga por essa desmoralização são os mais pobres.
Apesar
de adversário do PSDB, o sindicato dos professores está de mãos dadas
no que diz respeito à desmoralização do professor. Afinal, uma de suas
defesas é contra as medidas que buscam o mérito.
Aliás, o
sindicato defende tanto que o aluno seja punido com a repetência, mas
nada fala sobre professores reprovados dando aulas.
* Gilberto Dimenstein é colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN, e fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz.
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