Folha de S. Paulo
Depósito de R$ 1 mi para ex-vice do BB é investigado
O
ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo, que até dezembro
dirigia uma das áreas mais importantes da instituição, está sendo
investigado por ter recebido quase R$ 1 milhão numa conta bancária em
2011. Toledo foi exonerado do banco depois de ser identificado pelo
governo como participante de um movimento cujo objetivo seria
desestabilizar o presidente do banco, Aldemir Bendine, e ficar com seu
cargo, como revelou a coluna “Painel” da Folha.
O BB abriu
sindicância para apurar o caso por suspeita de lavagem de dinheiro,
notificou a Polícia Federal e trocou informações sobre o caso com ela.
Toledo era vice-presidente da área de Atacado, Negócios Internacionais e
Private Banking do banco. A investigação só teve início depois da
demissão de Toledo pela instituição e teve como origem relatório do Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras), do Ministério da
Fazenda, sobre a movimentação bancária de Toledo no ano passado.
PF vai apurar pagamento de propina
A
Procuradoria da República no DF pediu a abertura de inquérito na PF
para apurar suposta movimentação financeira de US$ 25 milhões e cobrança
de propina de fornecedores durante a gestão de Luiz Felipe Denucci na
Casa da Moeda. Ele afirma que os documentos que apontam essa
movimentação são falsos.
Ex-executivo diz ser procurador da aposentada
O
ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo disse ser procurador
da aposentada que transferiu R$ 953 mil para ele em 2011, e que abriu a
conta no banco para administrar o dinheiro dela. Segundo Toledo, o
valor é proveniente da venda de uma casa da aposentada, localizada no
bairro Novo Brooklin, em São Paulo, para o empresário Wanderley
Mantovani.
Certidão da Prefeitura de São Paulo mostra que a casa
continua em nome da aposentada, Liu Mara Fosca Zerey. Também não há
registro em cartório de compra e venda do imóvel. A aposentada continua
morando na casa, um ano e dois meses depois da transação financeira. A
aposentada afirmou que o ex-executivo do BB é seu procurador porque está
doente e não quer mais lidar com dinheiro. Entre junho, agosto e
setembro do ano passado, porém, Toledo repassou para a conta dela R$ 170
mil. Segundo ambos, para custear despesas médicas.
Serra oficializa candidatura em SP, e PSDB decide adiar prévias
O
ex-governador José Serra anunciou ontem em seu Twitter que disputará as
prévias para escolha do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.
Com a “oficialização” do desejo do tucano, a cúpula da sigla decidiu
adiar a data da disputa interna.
Marcadas para domingo, as prévias
deverão ser retardadas em pelo menos sete dias. Nesse tempo, os grupos
políticos do governador Geraldo Alckmin, dos ex-pré-candidatos Andrea
Matarazzo e Bruno Covas, e do próprio Serra farão uma força-tarefa para
tentar construir a vitória dele nas prévias.
O grupo político do
prefeito Gilberto Kassab reforçará o apoio a Serra. Vereadores que
deixaram o PSDB no ano passado, quando Kassab criou seu partido, o PSD,
vão acionar antigos contatos na militância tucana para pedir votos para o
ex-governador. A operação conta com o aval de Alckmin, que ontem, a
aliados, defendeu a mudança da data.
Presidente do PSB diz que sigla vai se afastar de tucanos por Haddad
Presidente
nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, informou
por meio de sua assessoria que o partido deverá apoiar a candidatura do
petista Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo. Isso apesar de a
legenda integrar o governo do tucano Geraldo Alckmin e ser aliada de
primeira hora de Gilberto Kassab (PSD), ambos comprometidos com a
candidatura de José Serra (PSDB).
Ontem, Campos jantou com a
presidente Dilma Rousseff e, antes, telefonou para integrantes do PSB de
São Paulo convocando-os para reunião amanhã em que anunciará sua
preferência. O gesto tem apoio dos vereadores do PSB que temem
desaparecer numa coligação da magnitude da liderada por Gilberto Kassab.
Olhos de Serra não mentem, diz Kassab
Gilberto
Kassab acreditou em José Serra quando ele disse que não vai abandonar a
prefeitura, se eleito novamente. Em 2004, Serra assinou documento se
comprometendo a ficar até o fim do mandato, mas saiu antes. As
circunstâncias são outras, diz Kassab. “[O eleitor] vai acreditar porque
é verdade. Os olhos não mentem.”
Ex-adversários, Garotinho e Maia anunciam aliança contra o PMDB
O
deputado federal Anthony Garotinho (PR) e o ex-prefeito do Rio Cesar
Maia (DEM) anunciaram ontem uma aliança para as eleições municipais em
todo o Estado e se esforçaram em relevar as críticas trocadas no
passado. A união, dizem, visa a enfraquecer o governador Sérgio Cabral
(PMDB). No início do encontro dos dois partidos, Maia e seu filho,
Rodrigo Maia, chegaram a ser vaiados por integrantes do PR num centro de
convenções no centro do Rio.
“Tratamos da eleição municipal e da
oposição ao PMDB. É mais importante do que as divergências do passado”,
disse Maia. Garotinho citou exemplo do prefeito do Rio, Eduardo Paes
(PMDB), para explicar a união dos antigos desafetos. ”Nossas diferenças
nunca chegaram ao nível das do próprio prefeito Eduardo Paes com o Lula.
Dona Marisa não queria nem vir ao Rio por causa das ofensas que Paes
fez ao filho do Lula. Isso foi superado, faz parte do jogo da política.”
Alta do petróleo ameaça queda dos juros
A
alta nos preços do petróleo tornou-se o novo risco no radar da equipe
econômica, que teme efeito negativo sobre a inflação e, por tabela, na
política de redução de taxas de juros do Banco Central. O receio é que a
disparada no valor do barril do óleo -que subiu 14% em janeiro e fechou
ontem em US$ 124- por conta da crise no Oriente Médio não seja
revertida e provoque dois movimentos.
Primeiro, torne obrigatório
um aumento no preço dos combustíveis, já reivindicado pela Petrobras. Em
entrevista publicada pelo “Estado de S. Paulo” no domingo, a presidente
da estatal, Maria das Graças Foster, afirmou que é questão de lógica
haver correção de preços. Segundo, cause impacto na inflação que leve a
uma redução ou interrupção na queda das taxas de juros iniciada pelo BC
em 2011.
Apesar de ação do BC, dólar recua a R$ 1,705
Na
tentativa de conter a valorização do real, o Banco Central comprou
ontem dólares no mercado à vista pelo quarto dia seguido. Apesar disso, a
moeda americana fechou em leve queda, atingindo o valor mínimo do ano
(R$ 1,705) e acumulando perdas de 8,8% em 2012. É a menor cotação desde
outubro. O real sobe desde janeiro, quando a melhora do cenário permitiu
que empresas brasileiras voltassem a captar recursos lá fora, trazendo
muitos dólares para o país.
Questionado, STF revê ações contra políticos
O
Supremo Tribunal Federal deu andamento, nos últimos 20 dias, a duas
ações penais contra políticos paradas havia mais de um ano e cinco meses
no tribunal. A movimentação ocorreu dias após um pedido de
esclarecimentos feito pela Folha ao STF sobre os casos.
No caderno
“A Engrenagem da Impunidade”, publicado no domingo, a Folha revelou que
erros e omissões de juízes, procuradores e policiais federais estão na
raiz da impunidade de políticos. O levantamento teve por base 258
processos e inquéritos sobre 166 deputados, senadores e ministros que
tramitam ou tramitaram pelo STF.
No processo de apuração, a
reportagem indagou por e-mail aos gabinetes de seis ministros do STF, no
último dia 3, os motivos dos atrasos no andamento de 11 processos
contra congressistas. Naquele momento havia dois casos que dependiam de
decisão ministerial para seguir adiante -os outros nove eram atrasos
cometidos pelo STF em anos anteriores.
Experientes, militares seguiram regras
Os
dois militares mortos tentando apagar o incêndio que atingiu a Estação
Antártica Comandante Ferraz entraram na instalação com roupa especial,
máscara, balão de oxigênio e uma corda amarrada na cintura, procedimento
de segurança neste tipo de situação.
Do lado de fora, militares
seguravam a corda, que seria puxada caso o suboficial Carlos Alberto
Vieira, 47, e o sargento Roberto Lopes dos Santos, 45, demorassem.
Apenas
uma semana antes, a base havia passado por um treino de incêndio, então
todos sabiam o que fazer. Como os dois custavam a dar sinais, a equipe
puxou a corda, mas ela ficou presa em algo. Três outros militares
decidiram rastejar até onde estavam os colegas para tentar resgatá-los,
mas o calor e a fumaça eram muito intensos.
Governo diz que gerador a álcool não causou fogo
O
governo vê como remota a possibilidade de que o incêndio na estação
Comandante Ferraz tenha se originado no gerador a álcool recém-instalado
na base. Membro do governo disse que o equipamento estava desligado na
hora do acidente. Ontem, o embaixador do Brasil no Chile, Frederico
Cezar de Araújo, disse que dados preliminares apontam para uma falha
elétrica.
O gerador a etanol passou a operar em janeiro de forma
experimental. Virgínia Petry, pesquisadora da Unisinos que esteve na
base, acha improvável que o fogo tenha começado no equipamento: “Ele não
fica no mesmo setor dos geradores a diesel”.
Entulho resultante do incêndio se torna um problema ambiental
A
retirada de entulho resultante do incêndio na estação brasileira
Comandante Ferraz, na Antártida, sem que haja agressões ao frágil
ecossistema local é uma das principais preocupações do governo no
momento. Na madrugada de sábado, o incêndio destruiu as instalações da
estação, deixando dois mortos e um ferido.
A limpeza do sítio
determinará o prazo de reconstrução, estimado em até três anos por
alguns pesquisadores e em nove meses pelo ministro Celso Amorim
(Defesa). A baía do Almirantado, onde Ferraz está situada, é área de
proteção especial. É proibido jogar esgoto no mar e todo o lixo
produzido precisa ser levado para o Brasil.
Corpos dos militares brasileiros são transportados para o Chile
Os
corpos de Carlos Alberto Vieira Figueiredo e Roberto Lopes dos Santos,
os dois militares brasileiros mortos na madrugada de sábado na base
brasileira Comandante Ferraz, na Antártida, foram transportados de volta
a Punta Arenas, no Chile, ontem. A Folha acompanhou a operação a bordo
de um avião Hércules, da FAB (Força Aérea Brasileira).
Os corpos
haviam sido levados para a base chilena Eduardo Frei, onde também estão
12 militares que sobreviveram à tragédia e que, nos próximos dias, vão
avaliar o estrago causado pelo incêndio. Calcula-se que cerca de 70% da
base foi destruída.
“Os dois estavam tentando fechar a válvula de
um gerador, em algum momento se desorientaram por causa da fumaça. Ainda
não sabemos ao certo o que aconteceu. Os corpos foram encontrados
carbonizados. Não dá para precisar como morreram antes do inquérito. Por
enquanto só se pode dizer que o que levou à morte deles foi a coragem e
o cumprimento do dever”, disse o capitão de fragata Fernando Coimbra,
em entrevista na base chilena.
Governo indenizará famílias de mortos, ‘heróis nacionais’
Os
dois militares mortos no incêndio da Estação Antártica Comandante
Ferraz, o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, 45, e o suboficial
Carlos Alberto Vieira Figueiredo, 47, serão considerados pelo
Ministério da Defesa “heróis nacionais” e as famílias serão indenizadas.
Ambos
foram promovidos “post-mortem”, a segundo-tenente, e receberão a Ordem
do Mérito da Defesa no grau de cavaleiro. O valor da indenização pode
chegar a R$ 500 mil. Além disso, os filhos em idade escolar receberão
auxílio até o ingresso na universidade. Cada um deles tinha dois filhos.
A proposta terá antes de passar pelo Congresso.
Os corpos dos
militares mortos foram transportados ontem de volta a Punta Arenas, no
Chile. A Folha acompanhou a operação a bordo de um avião da FAB (Força
Aérea Brasileira).
O Estado de S. Paulo
Da prisão, Hildebrando faz ameaças a procuradora
Preso
há 12 anos e condenado a mais de 110 anos de prisão, o ex-deputado
federal e ex-coronel da Polícia Militar Hildebrando Pascoal – o “homem
da motosserra” – driblou a vigilância da penitenciária de segurança
máxima do Acre e enviou duas cartas de ameaça e extorsão a autoridades
do Judiciário local. Ele exige dinheiro e afirma ter fatos a revelar aos
Conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério Público (CNMP),
conforme revelou o Estado no domingo, na coluna Direto de Brasília, de
João Bosco Rabello. As cartas integram um inquérito sigiloso em
tramitação no Ministério Público do Acre.
Manuscritas e postadas
no dia 23 de novembro de 2011 numa agência dos Correios em Rio Branco
(AC), foram enviadas por Sedex à desembargadora Eva Evangelista, do
Tribunal de Justiça do Acre, e à procuradora de Justiça Vanda Milani
Nogueira, ex-cunhada de Hildebrando. Aos 60 anos, o homem que na década
de 90 liderou o “esquadrão da morte” mostra-se ressentido e disposto a
vingar-se de quem, segundo ele, o teria abandonado.
Na carta
enviada à procuradora, Hildebrando pede que ela lhe envie R$ 6 mil “para
me manter e manter minha família”. E prossegue: “Caso não me atenda,
tenha a gentileza de encaminhar esta carta para os órgãos competentes,
pois caso contrário eu a encaminharei e apresentarei esclarecimentos
provando os fatos”.
O Ministério Público atribui as ameaças e
tentativa de extorsão à cassação da patente de coronel da PM, decretada
em 2005, mas que se efetivou no ano passado, com o trânsito em julgado
(esgotamento dos recursos) da decisão. O ex-deputado explicita esse
ressentimento na carta: “Você (Vanda) conseguiu com sua turma tirar a
minha patente e o meu salário, posição que conquistei, com honra”.
Pane elétrica teria iniciado fogo em base na Antártida
O
incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, na madrugada de sábado
– que deixou dois militares mortos e outro ferido, além de destruir 70%
das instalações da base brasileira na Antártida -, começou em um dos
quatro geradores de energia instalados na casa de máquinas da estação. A
causa do incêndio ainda é desconhecida, mas uma das hipóteses
discutidas é que tenha ocorrido uma pane elétrica.
As informações
foram passadas ao chefe da base, capitão de fragata Fernando Tadeu
Coimbra, pelos militares que fracassaram na tentativa de evitar a
propagação do fogo. Os geradores funcionam com o óleo diesel
anticongelante (gasoil artic) fabricado pela Petrobrás para emprego na
base da Antártida.
Os militares confirmaram também que o alarme de
incêndio não soou, não se sabe por qual razão. O alerta se deu por
gritos de “fogo” entre os colegas, que foram acordando uns aos outros
para evacuar o local.
Planalto se mexe
Preocupada
com a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa pela
Prefeitura de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff dá sinais de que
fortalecerá o PR no Ministério dos Transportes, com o objetivo de abrir
caminho para a aliança em torno do petista Fernando Haddad. Sem o PSD do
prefeito Gilberto Kassab, que apoia Serra, Haddad corre para obter o
aval do PR e engordar o tempo de sua exposição na propaganda política.
O
Palácio do Planalto avalia agora os nomes do vereador Antonio Carlos
Rodrigues, presidente do PR paulistano, e do ex-senador César Borges
para a cadeira hoje ocupada por Paulo Sérgio Passos nos Transportes. A
ideia é contemplar o PR na pasta e levar o partido a compor a chapa como
vice de Haddad.
Rodrigues é suplente da senadora Marta Suplicy
(PT-SP), conta com a simpatia do ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, e de fatia expressiva do PT, que quer emplacá-lo de qualquer
jeito no governo.
Embora petistas como o deputado Jilmar Tatto
(SP), líder da bancada na Câmara, digam que o partido deve procurar o
PMDB, uma parte do governo avalia que a manutenção da candidatura de
Gabriel Chalita (PMDB) pode ser positiva para Haddad. O argumento para
essa análise é o de que o eleitor de Chalita também vota em Serra, como
indicam pesquisas de intenção de voto. Por esse raciocínio, sua
permanência na disputa pode impedir o voto útil no PSDB.
Serra ainda pode disputar a presidência, indica FHC
A
candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo permitirá a ele
“voltar à cena política com força” e foi a decisão mais adequada para o
ex-governador e para o PSDB, afirmou ontem o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso em entrevista exclusiva ao Estado. “Dá a chance para o
partido ganhar e dá a ele uma revitalização política”, analisou o
ex-presidente.
Segundo FHC, a eleição para prefeito não significa
que o ex-governador abandona o projeto de disputar a Presidência no
futuro. “Política é uma coisa muito dinâmica. Tem sempre a cláusula de
prudência. Política não é uma coisa em que os horizontes se fecham”,
disse, ao comentar sobre a possibilidade de o tucano, mais uma vez,
deixar um cargo para se candidatar a outro, como aconteceu quando era
prefeito e governador de São Paulo.
O ex-presidente falou com o
Estado em Nova York, onde lidera uma comitiva de 12 CEOs de empresas
brasileiras ligadas à Comunitas, entidade criada por Ruth Cardoso para
incentivar o investimento social corporativo.
O Globo
Dilma abre cofre para reconstruir estação
Apresidente
Dilma Rousseff determinou a abertura de crédito extraordinário no
Orçamento de 2012 para reconstruir a Estação Antártica Comandante Ferraz
(EACF), destruída após o incêndio da madrugada do último sábado. A
contabilidade dos danos e a investigação das causas do acidente já
começaram. A frente parlamentar do Programa Antártico (Proantar) calcula
que, este ano, será necessário um investimento mínimo de R$ 20 milhões
para limpar o local do acidente e começar o trabalho de reconstrução. Em
2012, o orçamento autorizado pelo Congresso para pesquisa e manutenção
soma, porém, apenas R$ 11,8 milhões.
Ontem, a Marinha fez em
Brasília a primeira reunião sobre avaliação de danos e de planejamento
da estratégia de reconstrução, de acordo com a deputada Jô Moraes
(PCdoB-MG), vice-presidente da frente parlamentar do Proantar. A
presidente Dilma determinou ao Ministério do Planejamento que, nos
próximos dias, as pastas da Defesa e de Ciência e Tecnologia apresentem a
conta do prejuízo, que deverá ser integralmente atendida. No domingo, o
ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, afirmou ao GLOBO
que há urgência para fazer o inventário do que não foi destruído e
contabilizar o montante necessário para a recuperar o estrago.
No twitter, Serra confirma candidatura
O
ex-governador José Serra confirmou ontem, pelo Twitter, que pretende
disputar a eleição para prefeito de São Paulo, e que se submeterá às
prévias do PSDB. O tucano adiou para hoje a entrega, ao partido, da
carta que oficializará a sua entrada na disputa interna. A direção do
PSDB paulistano se reúne, à noite, para discutir o adiamento das
prévias. Mesmo sem a aceitação dos pré-candidatos inscritos, a cúpula
tucana deverá aprovar a mudança de data. Por enquanto, elas estão
marcadas para o próximo domingo.
“Sempre fui favorável às prévias
para a escolha do candidato a prefeito do PSDB. E delas pretendo agora
participar”, escreveu o tucano no Twitter, de manhã, e prosseguiu: “Hoje
(ontem) comunicarei por escrito à direção do PSDB de São Paulo minha
disposição de disputar a prefeitura de SP”.
Apesar da promessa
pública, Serra não entregou ontem ao PSDB o documento para que não fosse
obrigado a participar de um debate ocorrido ontem à noite entre os dois
pré-candidatos que permanecem na disputa, o secretário estadual de
Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Trípoli. Aliados de
Serra defendem que a escolha do candidato seja feita a partir do dia 19.
Há uma proposta menos radical, defendida por Alckmin, que a nova data
seja dia 11.
Rio vai criar força-tarefa contra policiais do bicho
Acena
de um apontador do bicho deixando uma delegacia da Zona Sul minutos
depois de ter sido detido, erguendo a cadeira usada em seu trabalho como
troféu, reflete a impotência da cúpula da segurança diante da máfia dos
contraventores. A lei considera o jogo apenas uma contravenção e os
bicheiros têm a cumplicidade de policiais civis, militares e federais,
que lhes dão proteção e informações privilegiadas. Para mudar esse
quadro, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, lançará uma
ofensiva: vai criar uma força-tarefa para investigar o crime de lavagem
de dinheiro do bicho, cometido pelos agentes que atuam nessas
quadrilhas. O grupo terá o apoio de policiais de reputação ilibada e de
procuradores da República. Além disso, o governo estadual faz pressão no
Congresso para reformar o Código Penal, criminalizando o jogo.
-
Para mim, a imagem do bicheiro abanando uma cadeira em nada é diferente
da de um traficante acenando com um fuzil no alto do morro. A cidade
cresceu, os pontos de jogo são inúmeros, precisamos criar um movimento
contrário a isso. Esse dinheiro suja muita coisa, mancha as
instituições. A Operação Dedo de Deus (realizada no fim de 2011, pela
Corregedoria Interna de Polícia Civil, contra contraventores e
policiais, que culminou com a denúncia de 60 pessoas) deixou claro que
não existe romantismo nenhum no jogo de bicho. Lá na ponta, os
contraventores manipulam resultados e lesam a população. Sem contar com
os homicídios e as extorsões praticados. Tem que criminalizar essa
atividade – disse Beltrame.
Numa segunda frente para quebrar a
estrutura da contravenção, o secretário quer convencer o Congresso da
importância de mudanças urgentes no Código Penal, que é de 1940. Para
isso, já foram apresentadas algumas propostas. Além da criminalização do
jogo do bicho, Beltrame sugere a tipificação do crime de milícia e
maior rapidez no andamento de processos administrativos disciplinares – o
facilitaria a punição, inclusive com expulsão, de policiais com desvio
de conduta.
‘Achavam que ter metrô era um luxo’
A
presidente Dilma Rousseff criticou antecessores por não investirem em
transporte público moderno ao anunciar ontem R$ 1 bilhão para a
construção do metrô da Zona Leste de Fortaleza, no Ceará:
- Lá pelos anos 80, uma parte das lideranças deste país considerou que ter metrô era um luxo.
Ao
lado da presidente estavam o governador, Cid Gomes (PSB), e a prefeita
de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), que foram vaiados durante a
cerimônia. Dilma saiu em defesa dos dois: - Preciso de parceiros
competentes como os que nós temos no Nordeste. O governador Cid Gomes
tem sido um dos grandes parceiros do governo federal. A prefeita
Luizianne, também.
Apesar de a presidente ter anunciado
investimentos para um novo trecho do metrô, a primeira linha ainda não
ficou pronta. Cid Gomes disse que o trecho – em obras há 15 anos – deve
começar a operar até junho .
Anvisa inocenta Agnelo em sindicância
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inocentou o
governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), em sindicância que
investigava suposto favorecimento no licenciamento de uma empresa
importadora de produtos de saúde, na época em que o petista foi diretor
da Anvisa. No início do mês, a agência também isentou Agnelo de
responsabilidade na acusação de que um depósito de R$ 5 mil em sua conta
bancária seria propina referente ao registro de um medicamento.
O
teor das duas sindicâncias ainda não foi divulgado pela Anvisa. A
pedido do governador, porém, a agência emitiu declarações em que atesta a
inocência de Agnelo nos dois casos. A agência informa que os resultados
das investigações foram encaminhados à Corregedoria Geral da União
(CGU), que deverá abrir processos administrativos para apurar o eventual
envolvimento de outros servidores públicos no episódio.
Na última
sexta-feira, o corregedor da Anvisa, Ivon Carrico, assinou declaração
sobre Agnelo que diz que “não restou identificada sua responsabilidade
administrativa nos autos da sindicância” sobre o licenciamento da
empresa Saúde Import.
Garotinho e Cesar Maia formalizam aliança
Adversários
ferrenhos nos últimos anos, o deputado federal Anthony Garotinho
(PR-RJ), ex-governador do estado, e o ex-prefeito do Rio Cesar Maia
formalizam ontem, em meio a abraços e apertos de mão, a aliança entre PR
e DEM para as eleições municipais deste ano, incluindo a capital. No
primeiro encontro público desde que a união foi selada, há um ano, o
clima foi de elogios mútuos e juras de que as divergências foram
superadas.
Cesar e o deputado trocavam farpas publicamente desde
1998, quando Garotinho venceu o ex-prefeito no segundo turno da eleição
para governador. Em 2006, Cesar disse que o apoio do deputado federal
era “um beijo da morte” e o acusou de estar ligado a escândalos como o
do propinoduto e o das ONGs. Garotinho rebateu, insinuando suposto
enriquecimento ilícito do ex-prefeito.
- A eleição municipal é
muito maior que as divergências que ocorreram no passado – afirmou
Garotinho, antes do evento, realizado no Centro do Rio. – Não é uma
questão pessoal, não estou casando com o Cesar Maia – completou.
-
Não há nenhuma dificuldade de superar visões que não são exatamente
iguais – disse Cesar. O clima de afagos era quebrado somente por
críticas ao governador Sérgio Cabral e ao prefeito do Rio, Eduardo Paes,
ambos do PMDB. Garotinho chegou a comparar os dois a personagens da
novela “Fina Estampa”, da TV Globo.
Mais de 50% das pesquisas continuam
A
área de biologia, biodiversidade e fisiologia animal foi a que mais
perdeu. Mas o Programa Antártico Brasileiro atua numa área de mais de
três milhões de quilômetros quadrados, que envolve, além da estação,
dois navios polares, acampamentos e um módulo científico
automatizado. Nem tudo está perdido.
Segundo Jefferson Simões,
coordenador- geral do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
da Criosfera (também responsável por pesquisas na Antártica) e
diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, mais da metade das pesquisas continuará ativa.
Entre
as pesquisas que não serão interrompidas estão: Correntes oceânicas:
análise e modelagem das águas geladas que compõem as correntes oceânicas
do Atlântico Sul e afetam a confluência das correntes das Malvinas
(vindas do Sul) e do Brasil (vindas do Norte). O local de encontro
dessas correntes tem efeito direto nas condições climáticas do Sul do
país.
Mar congelado: o congelamento do mar da Antártica é a
maior variação sazonal de um fenômeno ambiental no planeta. Entre
o verão e o inverno, a extensão de mar congelado varia de 1,6 milhão de
quilômetros quadrados para 20 milhões. A variação afeta a circulação
atmosférica no Hemisfério Sul e influencia o clima.
Ministro diz que vai esperar investigação
O
ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, disse ontem que
vai rever o orçamento para pesquisas na Antártica e acenou com a
possibilidade de verbas extras para a continuidade dos trabalhos.
Segundo ele, o ministério investiu R$ 140 milhões, desde 2007, em
pesquisas na Antártica, valor que disse achar suficiente:
- Não faltarão recursos para a retomada completa dessas atividades. A base tem que se reconstruída.
O
ministro evitou comentar possíveis problemas na manutenção da base e
causas para o incêndio. Ele frisou que a manutenção é de
responsabilidade da Marinha, que abriu inquérito para investigar as
causas do acidente. Perguntado sobre afirmações de pesquisadores de que a
base dava sinais de sucateamento, com contêineres enferrujados, e sobre
a possível necessidade de repor equipamentos de controle de incêndio,
que teria sido detectada em inspeção recente, disse que é prematuro
afirmar algo. Antes, disse, é preciso concluir a sindicância aberta para
apurar o que houve. Ele disse não saber sobre qualquer relatório de
inspeção.
Miro vai propor reduzir foro privilegiado
O
deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) dará hoje o primeiro passo na
tentativa de derrubar o foro privilegiado dos políticos que cometem
crimes contra a administração pública. Ele anunciou que começará a
recolher, na Câmara dos Deputados, as 171 assinaturas necessárias à
apresentação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que veda a
aplicação do foro – direito hoje concedido a autoridades de não serem
julgadas pela Justiça comum – para crimes como peculato, corrupção e
tráfico de influência.
Como os próprios deputados estão entre as
autoridades favorecidas, Miro reconhece o tamanho do desafio que terá
pela frente. Para vencê-lo, pretende recorrer a duas estratégias: contar
com o apoio das organizações sociais envolvidas no combate à impunidade
e deixar claro que o foro permanecerá no que diz respeito ao livre
exercício das funções parlamentares, protegendo-as contra processos
judiciários tendenciosos ou prisões arbitrárias.
- O foro
privilegiado evitou que me prendessem, em 1988, quando fui para a porta
da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para evitar que o Exército
invadisse e massacrasse os operários que ocupavam o lugar. Com a PEC,
isso não mudará. O que não pode é um foro que garante a impunidade
daqueles que lesaram o patrimônio público – explicou.
MPF pede retirada de circulação do dicionário Houaiss
O
Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais ajuizou ação civil
pública pedindo a retirada de circulação do Dicionário Houaiss, por
considerar que o livro contém “expressões pejorativas e preconceituosas”
sobre ciganos. Duas das oito definições da palavra citadas no
dicionário se referem ao povo como “aquele que trapaceia, velhaco,
burlador” e “apegado a dinheiro, agiota e sovina”. As expressões são
mencionadas como as definições “depreciativas” do termo.
- Ainda
que se deixe expresso que é uma linguagem pejorativa, ou, ainda, que se
trata de acepções carregadas de preconceito ou xenofobia, fica claro o
caráter discriminatório assumido pela publicação – escreveu o procurador
da República em Uberlândia (MG), Cléber Eustáquio Neves, autor da ação.
O
processo foi motivado por uma representação de um cidadão de origem
cigana em 2009, ocasião em que denunciou discriminação e preconceito
contra sua etnia. De acordo com o MPF, as editoras Globo e Melhoramentos
teriam se comprometido a atender à recomendação. No entanto, a Editora
Objetiva, responsável pela publicação do Houaiss, teria se recusado a
seguir a recomendação, sob o argumento de que não seria responsável pelo
conteúdo publicado, mas detentora dos direitos de publicação do
Instituto Houaiss.
Oposição a Dilma comemora decisão
Tanto
a oposição quanto integrantes da base aliada avaliaram ontem que a
entrada de José Serra nacionaliza a disputa pela prefeitura da capital
de São Paulo. Os líderes de oposição ao governo Dilma Rousseff
comemoraram o fato de ter, com Serra, um candidato com chance real de
vencer a briga e evitar o que chamam de tentativa de hegemonização
petista no cenário político.
- A decisão de Serra nacionaliza a
eleição de São Paulo, polariza a eleição entre governo e oposição. A
tradição paulista sempre leva à vitória um candidato com as
características de Serra. O DEM apoia a candidatura de oposição, mas
temos um pré-candidato. No momento oportuno, DEM e PSDB conversarão e
irão avaliar a melhor estratégia para a candidatura de oposição –
afirmou o presidente nacional do DEM, José Agripino Maia (RN), deixando
claro que o partido ainda não decidiu se encampa uma aliança com o PSDB
já no primeiro turno.
Indagado sobre o fato de a candidatura de
Serra ser apoiada pelo prefeito Gilberto Kassab, ex-DEM e hoje
presidente do PSD, ele disse que isso não é um impeditivo para uma
aliança do DEM: - Qualquer reforço à candidatura de oposição é
bem-vindo. Nosso objetivo é somar forças contra a candidatura do governo
e no embate contra o PT.
Pesquisadores propõem novo modelo de estação
A
perda de boa parte da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) em um
incêndio na madrugada do último sábado pode ser uma oportunidade para o
Brasil repensar seu modelo de ocupação permanente no continente gelado,
levando em conta questões como segurança e sustentabilidade, defendem
cientistas brasileiros envolvidos nas pesquisas na região.
Jefferson
Cardia Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e um dos veteranos do Programa
Antártico Brasileiro, lembra que, quando a base começou a ser
construída, nos anos 1980, o país e seus pesquisadores tinham pouca ou
nenhuma experiência de atuação em um ambiente polar, cenário que mudou
muito nos últimos 30 anos. - Quando começamos, tivemos que aprender do
nada e improvisar. Agora, temos capacidade técnica para ajudar na
reconstrução e redesenho da estação para melhor atender as finalidades
científicas – disse Simões.
Professores: piso da rede pública será de R$ 1.451
O
Ministério da Educação (MEC) divulgou ontem que o piso salarial
nacional dos professores da rede pública este ano é de R$ 1.451 por mês,
um aumento de 22,22% em relação ao piso de 2011. O novo valor é
retroativo a janeiro. Logo após o anúncio do MEC, entidades que
representam governos estaduais e municipais cobraram ajuda federal para
pagar o novo salário. Para sindicatos de professores, porém, o governo
interpreta a lei de forma equivocada e o piso deveria ser de R$
1.937,26.
PT e PSD serão aliados em outros municípios
O
presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ontem que a aliança do PSD
do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com o ex-prefeito José Serra
(PSDB) na capital paulista não deve afetar as conversas do partido de
Kassab com petistas de outras cidades e estados. Segundo Falcão, o PT
conta com o apoio do PSD em sete municípios, e a aliança pode acontecer
também em outros sete – ele não citou o nome das cidades.
- O PSD
já vem dialogando conosco em vários estados, independentemente da
capital paulista. Tem (conversas) no ABC, em Osasco e em outros estados.
O PSD está se estruturando e se definindo, e isso não significa que não
possa aumentar (o número de alianças).
Rui Falcão afirmou que não
se surpreendeu com o anúncio do tucano José Serra de se candidatar à
prefeitura de São Paulo, pois “já parecia que ele seria candidato”, e
afirmou que o PT está em contato com partidos da base para ampliar as
alianças.
Rio vai criar força-tarefa contra policiais do bicho
Acena
de um apontador do bicho deixando uma delegacia da Zona Sul minutos
depois de ter sido detido, erguendo a cadeira usada em seu trabalho como
troféu, reflete a impotência da cúpula da segurança diante da máfia dos
contraventores. A lei considera o jogo apenas uma contravenção e os
bicheiros têm a cumplicidade de policiais civis, militares e federais,
que lhes dão proteção e informações privilegiadas. Para mudar esse
quadro, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, lançará uma
ofensiva: vai criar uma força-tarefa para investigar o crime de lavagem
de dinheiro do bicho, cometido pelos agentes que atuam nessas
quadrilhas. O grupo terá o apoio de policiais de reputação ilibada e de
procuradores da República. Além disso, o governo estadual faz pressão no
Congresso para reformar o Código Penal, criminalizando o jogo.
-
Para mim, a imagem do bicheiro abanando uma cadeira em nada é diferente
da de um traficante acenando com um fuzil no alto do morro. A cidade
cresceu, os pontos de jogo são inúmeros, precisamos criar um movimento
contrário a isso. Esse dinheiro suja muita coisa, mancha as
instituições. A Operação Dedo de Deus (realizada no fim de 2011, pela
Corregedoria Interna de Polícia Civil, contra contraventores e
policiais, que culminou com a denúncia de 60 pessoas) deixou claro que
não existe romantismo nenhum no jogo de bicho. Lá na ponta, os
contraventores manipulam resultados e lesam a população. Sem contar com
os homicídios e as extorsões praticados. Tem que criminalizar essa
atividade – disse Beltrame.
Sem cargo após oposição
O
deputado Izalci Ferreira (PR-DF) subiu ontem à tribuna da Câmara para
denunciar discriminação e acusar membros da executiva nacional do PR de
destituí-lo, sem aviso prévio, da presidência do diretório regional no
Distrito Federal. Para ele, a atitude é uma reação às denúncias e à
postura de oposição que ele adotou contra o governador do DF, Agnelo
Queiroz (PT). Izalci Ferreira chegou a acionar o Ministério Público,
pedindo que investigasse denúncias de corrupção contra Agnelo quando era
ministro do Esporte, e por repetir as denúncias na tribuna.
Serra confirma candidatura, mas no Twitter
O
ex-governador José Serra confirmou ontem, pelo Twitter, que pretende
disputar a eleição para prefeito de São Paulo, e que se submeterá às
prévias do PSDB. O tucano adiou para hoje a entrega, ao partido, da
carta que oficializará a sua entrada na disputa interna. A direção do
PSDB paulistano se reúne, à noite, para discutir o adiamento das
prévias. Mesmo sem a aceitação dos pré-candidatos inscritos, a cúpula
tucana deverá aprovar a mudança de data. Por enquanto, elas estão
marcadas para o próximo domingo.
“Sempre fui favorável às prévias
para a escolha do candidato a prefeito do PSDB. E delas pretendo agora
participar”, escreveu o tucano no Twitter, de manhã, e prosseguiu: “Hoje
(ontem) comunicarei por escrito à direção do PSDB de São Paulo minha
disposição de disputar a prefeitura de SP”.
Apesar da promessa
pública, Serra não entregou ontem ao PSDB o documento para que não fosse
obrigado a participar de um debate ocorrido ontem à noite entre os dois
pré-candidatos que permanecem na disputa, o secretário estadual de
Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Trípoli.
Correio Braziliense
Guerra pelo BB pode acabar nos tribunais
A
disputa de poder dentro do Banco do Brasil pode acabar na Justiça.
Motivo: desde ontem, passaram a circular livremente, na Esplanada dos
Ministérios, extratos bancários de Allan Toledo Simões, que, no fim do
ano passado, foi demitido da vice-presidência da área Internacional da
instituição. Os documentos mostram que, entre fevereiro e junho do ano
passado, foram feitos cinco depósitos de R$ 200 mil cada na conta do
ex-executivo, totalizando R$ 1 milhão, movimento que está sendo
investigado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),
por suspeita de lavagem de dinheiro.
A amigos, Simões disse estar
sendo usado como bode expiatório pelos dois grupos que querem o comando
do BB e da poderosa Previ, o fundo de pensão dos funcionários do banco.
De um lado, está o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine,
responsável pela demissão de Allan Simões. De outro, Ricardo Flores,
principal executivo da fundação que administra mais de R$ 150 bilhões em
ativos. Ambos não trocam uma palavra há quase um ano e alimentam uma
guerra que já engolfou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e seu
secretário executivo, Nelson Barbosa.
Militar alertou sobre falhas na Antártida
A
tragédia na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), que destruiu
70% da base, deixando dois militares mortos e um ferido, estava
anunciada há pelo menos seis anos. Em 2006, o oficial de reserva da
Marinha Antonio Sepulveda alertou, em artigo, sobre o estado de severa
degradação em que se encontrava a estação, com o sistema elétrico
defeituoso e vários outros problemas.
No texto, publicado pelo
Jornal do Commercio, Sepulveda afirmou que a estação não recebia
manutenção adequada e que seu orçamento começou a sofrer cortes desde o
início da década de 1990. “Alguns sistemas vitais se encontram
comprometidos: rede de esgoto, proteção contra incêndios e transferência
de energia elétrica”, escreveu. De acordo com o militar, em 2006, três
tanques de combustível desabaram por conta de bases apodrecidas, o que
poderia ter causado derramamento de óleo.
Recomeça a luta entre PT e Serra
Antes
de discutir as eleições presidenciais de 2014, o tucano José Serra terá
que enfrentar uma batalha local que deve se estender pelos próximos
sete meses, até o primeiro domingo de outubro, data do primeiro turno.
Tão
logo o tucano confirmou ontem, pelo Twitter, a pré-candidatura à
prefeitura de São Paulo, as redes sociais explodiram com reações de
adversários e defesas de correligionários do ex-governador. O ex-chefe
da Casa Civil José Dirceu lembrou que o PT já tem candidato e que é hora
de pensar na pré-campanha de Fernando Haddad. No sábado, ele já havia
postado outra provocação ao PSDB, em um artigo intitulado Quem tem medo
de José Serra? . No texto, Dirceu lembra que Serra perdeu as eleições de
2010 e transformou-se em uma figura isolada no partido. “Se Serra não
serve para ser presidente do Brasil, por que serviria para ser prefeito
de São Paulo?”, desdenhou o dirigente.
CNJ revê proteção a juíza
Quatro
dias antes de a juíza Patrícia Acioli ser executada com mais de dez
tiros por policiais no Rio de Janeiro, uma magistrada de Pernambuco
registrava queixa contra três policiais militares selecionados para
acompanhá-la entre Recife, onde vive, e a cidade em que trabalhava,
Itabira, no sertão pernambucano. Na delegacia, Fabíola Muniz Mendes
contou que os PMs pararam o carro no acostamento e desembarcaram com
armas em punho, apontadas para ela e o marido, que estavam no carro do
casal.
O companheiro de Fabíola acelerou e conseguiu fugir. O
registro de ocorrência virou inquérito, mas foi arquivado pelo
Ministério Público estadual, mesmo após ter ficado comprovado que dois
dos três policiais eram réus num processo de tortura que havia acabado
de sair das mãos de Fabíola. Hoje, pouco mais de seis meses após a morte
da colega carioca, a magistrada pernambucana acompanhará a sessão do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que deve decidir se ela continuará
tendo direito à proteção policial — agora feita por policiais civis.
Convênios prorrogados
No
último dia 17, o Correio mostrou que o Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) prorrogou convênios com seis entidades suspeitas desde a demissão
de Carlos Lupi, em 4 de dezembro. Lupi perdeu o cargo de ministro em
meio a acusações de fraudes, desvios de recursos e uso político no
repasse de dinheiro público a essas organizações, responsáveis por
cursos de capacitação profissional.
Indicados de Lupi que
permaneceram no ministério — Carlo Roberto Simi, secretário de Políticas
Públicas de Emprego, e Paulo Roberto dos Santos Pinto, ministro
interino — prorrogaram os contratos, que ganharam sobrevida até a metade
do ano.
Escalada das ameaças
Levantamento
do CNJ aponta que o número de juízes ameaçados passou de 100 para 150,
um aumento de 50%, entre agosto e novembro do ano passado. Entre eles,
está Fabíola Muniz Mendes. Ela conta que só conseguiu ser acompanhada
por policiais até Itabira, no dia em que diz ter sido vítima de um
atentado, após a Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe) pedir
que o TJ autorizasse a cessão dos PMs: “Antes da emboscada, eu já me
sentia ameaçada. Pedi escolta ao TJ pela primeira vez depois de a dona
da pousada onde eu me hospedava em Itabira ter visto um homem anotando a
placa do meu carro. E isso foi logo depois que aceitei a denúncia
contra os policiais. Não sei por que o TJ não deu escolta e o motivo de o
MP ter arquivado o inquérito, sem ter ouvido o comandante do batalhão
dos policiais designados para me acompanhar até Itabira naquele dia”.
Fundo do servidor testa coesão da base
Depois
de enfrentar o adiamento imposto pelo presidente da Câmara, Marco Maia
(PT-RS), à votação do projeto de lei que cria o Fundo de Previdência
Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) e pequenas
insurgências de partidos da base insatisfeitos, o Palácio do Planalto
deve acionar o rolo compressor para fazer aprovar o texto, na sessão de
hoje. A investida tenta combater a promessa de obstrução feita pelo DEM e
de voto contrário de aliados, como o PDT, em atrito com o governo por
ainda não ter sido atendido na escolha do novo titular do Ministério do
Trabalho — vaga que pertencia a Carlos Lupi, presidente do partido.
A
votação do Funpresp será um teste de coesão da base aliada ao Planalto
na Câmara. Na avaliação do líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza
(PT-SP), a aprovação do projeto deverá ocupar o plenário até a
quarta-feira. “Mesmo com um movimento restrito da oposição, somos
obrigados a cumprir o regimento e a seguir as regras da obstrução da
pauta, o que vai atrasar a votação”, diz Vaccarezza. O líder, contudo,
acredita ter uma margem folgada para a aprovação do projeto. “Teremos
mais de 300 votos a favor da criação do Funpresp”, afirma.
Parte
dessa confiança se baseia na falta de uma estratégia afinada entre os
partidos da oposição. Apenas o DEM tem se mostrado disposto a obstruir a
votação do Funpresp. O PSDB já se declarou favorável ao projeto e deve
apresentar emendas com modificações pontuais no texto defendido pelo
governo. O PPS trabalhará para votar um substitutivo, mas também defende
a necessidade de mudanças na previdência do servidor federal.
Militares sob “censura”
Militares
da reserva alegam que sofreram “censura” por parte do governo pela
determinação dada aos chefes dos clubes militares para que
desautorizassem nota em que criticavam a presidente Dilma Rousseff por
não repreender declarações de duas ministras sobre a ditadura militar.
Desde ontem, os clubes militares têm sido bombardeados com e-mails e
notas de associações que vão desde acusações contra os
comandantes das
Forças Armadas até protestos contra a ingerência do Executivo.
“Querem
fazer do militar da reserva, que não tem tropa nem cargo militar, um
cidadão de segunda categoria, alijado do processo político. Um dalit,
como os párias indianos”, queixa-se o general da reserva Luiz Eduardo
Rocha Paiva. Os oficiais elencam duas normas para respaldar a
insatisfação.
ONG suspeita, dinheiro liberado
Uma
entidade suspeita de desvio de dinheiro público e de formação de caixa
dois numa disputa eleitoral na Bahia voltou a ser beneficiada pelo
governo brasileiro em 2011, apesar de as acusações constarem de um
relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) concluído há mais de
dois anos. A Pangea — Centro de Estudos Socioambientais, sediada em
Salvador, já recebeu R$ 554,1 mil de R$ 1,47 milhão previstos em
convênio assinado com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O
contrato foi assinado em 27 de dezembro de 2011, três semanas depois da
demissão do então ministro, Carlos Lupi. Em setembro do mesmo ano, a
sede da Pangea recebeu equipamentos de informática doados pela gerência
do Banco Central em Salvador.
A ONG atua com cooperativas de
catadores de materiais recicláveis e, entre 2004 e 2006, recebeu R$ 7,5
milhões da estatal Petrobras, por meio de contratos de patrocínio. O
dinheiro deveria servir para implantar e consolidar uma rede de
cooperativas. Relatório da CGU de 30 de julho de 2009 mostrou um desvio
superior a R$ 2 milhões. Os auditores da CGU detectaram “simulação” na
prestação de serviços, principalmente na construção de galpões para os
catadores, empresas fornecedoras fantasmas e uso de notas fiscais frias.
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