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A extinção dos salários extras vai ser posta em discussão hoje na
Comissão de Assuntos Econômicos da Casa. Se for aprovada, a proposta
será levada a votação em plenário, o que deve ocorrer dentro de 30 dias.
O diretor da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, afirma que a
pressão popular será vital para que senadores ponham fim ao inaceitável
privilégio. “A sociedade civil tem mais poder do que ela imagina”, diz.
“A saída é essa.” O projeto que extingue a histórica mordomia estava
engavetado havia mais de um ano e só foi posto em pauta após o Correio
denunciar que, além de recebê-la, eles não recolhiam sequer Imposto de
Renda sobre o pagamento
O projeto da então senadora e atual chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que prevê a extinção da mordomia, repousava há mais de um ano na gaveta do Senado. Só saiu da fila após denúncias do Correio que apontaram o recebimento dos extras pelos senadores sem pagarem um centavo de Imposto de Renda. O passo de tartaruga é ritmo usual quando se trata de cortar regalias históricas. Taxado como “tema polêmico”, eufemismo que indica freio de mão puxado no Congresso Nacional, a matéria foi desengavetada e colocada como prioridade na votação de hoje, justamente um dia depois de a Receita Federal anunciar instauração de processo investigatório. Pela pauta oficial, será o quarto tema a ser debatido e votado abertamente pelos 27 senadores que integram a CAE.
O caminho é longo. Se o projeto for aprovado hoje, a papelada ainda segue para a Mesa Diretora. De lá, após análise, será encaminhado para votação em plenário. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Delcídio Amaral (PT-MS) aponta que a matéria pode ser votada em, aproximadamente, um mês. Como prevê o fim da benesse nas duas Casas, o assunto precisa ir também ao plenário da Câmara dos Deputados. Delcídio nega que tenha recebido qualquer tipo de pressão para engavatar a matéria. A justificativa oficial é de que há um acúmulo histórico de projetos e que é preciso respeitar o cronograma. O projeto prevê que os deputados e senadores recebam apenas duas ajudas de custo durante todo o mandato, uma no início e outra no fim. Hoje, os dois salários extras são pagos anualmente. Nos oito anos de mandato, o custo com o pagamento dos extras no Senado é de R$ 34,6 milhões. A Câmara dos Deputados gasta, em quatro anos, R$ 109,6 milhões.
Remédio, tão caro, ainda subirá 5,85%
Os preços dos medicamentos mais vendidos poderão subir até 5,85%, em
todo o país, a partir de 1º de abril. Esse percentual máximo, permitido
pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), tem como
base a inflação oficial, entre fevereiro de 2011 e março deste ano. O
impacto do reajuste na inflação deste ano deve ser de 0,14 ponto
percentual.
Quanto maior a presença dos genéricos na rentabilidade das empresas, maior será o reajuste. Se a participação dos genéricos no faturamento for igual ou superior a 20%, caso dos medicamentos chamados de Nível 1 (para gastrite, úlcera e antibióticos), o reajuste será de 5,85%. Se o ganho estiver entre 15% e 19%, Nível 2, a droga não poderá subir mais de 2,8% (anestésico local e antipsicótico). E categorias com participação de genéricos abaixo de 15% (defícit de atenção, psoríase e antirretrovial), Nível 3, poderão ter o preço reduzido em 0,25%. Mais de 8.400 remédios estão nesse caso.
Sob pressão, UnB estuda proibir trote
Precisou acontecer mais um episódio de humilhação de calouros para
que o Conselho Universitário (Consuni) votasse o que estava previsto na
pauta sobre as regras de convivência na Universidade de Brasília (UnB).
Discutido desde fevereiro do ano passado, o documento que prevê a
proibição dos trotes sujos, aqueles que ferem a integridade física e
moral dos estudantes, será finalmente apreciado na próxima sexta-feira. O
colegiado deve deliberar também sobre consumo de bebidas alcoólicas,
realização de atividades, plano de responsabilidade e ética dentro da
instituição de ensino superior.
Essa será a primeira definição de normas para a comunidade
universitária. Todos os termos expostos começaram a ser formados a
partir de uma consulta pública e de debates que duraram seis meses (leia
quadro). Depois disso, foi instituído um relator para consolidar o
documento. A votação do Consuni significará diretrizes para coibir
agressões no meio acadêmico. “Somos frontalmente contrários a qualquer
tipo de violência. Desde alunos que coagem outros a irem para um bar
beber, sob pena de retaliação, até aqueles que submetem pessoas a
situações humilhantes. Somos contra o trote sujo e a favor de medidas
que recebam os universitários”, diz o procurador-geral da UnB, Davi
Monteiro Diniz.
Bloquinho com o fim anunciado
Com uma atuação conjunta desde o governo Lula, o casamento entre os
partidos de esquerda, também conhecidos como “bloquinho”, caminha para o
fim. A extinção do grupo composto por PTB, PCdoB e PSB deve ocorrer
amanhã em Brasília, em encontro com caciques dos partidos. Juntos, eles
contam com uma bancada de 63 deputados. A extinção do grupo, que busca
maior “autonomia” na própria atuação na Casa, será mais um desafio para o
novo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que já tem
de lidar com uma ebulição de “descontentes” da base aliada com o
tratamento dispensado pelo Palácio do Planalto. E ainda aproximará as
bancadas de PSD e PSB, formando o terceiro bloco mais forte da Câmara.
A decisão do fim do bloquinho deve ocorrer após encontro entre o
presidente do PSB e governador de Pernambuco Eduardo Campos e o
presidente do PCdoB, Renato Rabelo, na tarde desta quarta-feira.
“Atualmente, o bloco tem apenas atuação formal. O fim do bloco vem sendo
discutido há um tempo. Acreditamos que ele já cumpriu o seu papel
político”, ressaltou o deputado Osmar Júnior (PI), ex-líder do partido
na Câmara. “O bloco era importante numa época em que buscávamos nos
fortalecer. E hoje há uma necessidade de se ter uma identidade do
partido”, acrescentou.
Cachoeira e mais 80 indiciados
O empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, foi denunciado ontem pelo Ministério Público Federal em Goiás
(MPF-GO), com outras 80 pessoas, incluindo policiais federais, civis e
militares. Todos são envolvidos em negócios de jogatina no Entorno do
Distrito Federal e em Goiás e foram investigados pela Polícia Federal,
que prendeu 36 acusados durante a Operação Monte Carlo, ocorrida no
último dia 29.
Trinta e um suspeitos da chamada máfia dos caça-níqueis foram
libertados, mas cinco permanecem detidos. Um deles é o próprio Carlinhos
Cachoeira, que está no presídio federal de Mossoró (RN). Nesta
segunda-feira, o bicheiro teve análise de habeas corpus adiada pelo
Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Em outra frente, o deputado
Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) vai protocolar hoje, na Mesa Diretora da
Câmara, o pedido para a instalação de uma comissão parlamentar de
inquérito (CPI) com o objetivo de apurar os negócios de Cachoeira e suas
relações com políticos.
Nordeste irritado
Queixosos da falta de diálogo com integrantes do Executivo, deputados
da bancada do Nordeste vão apelar para um ofício em que pedem uma
reunião com a presidente Dilma Rousseff para discutirem a dívida do
setor rural da região. ”Fizemos um encontro na semana passada, mas não
foi nenhum representante do Ministério da Fazenda, o que poderia
resolver nosso problema. Se fosse um governo que tivesse juízo, bastaria
um deputado dizer que gostaria de falar (com a presidente) sobre um
assunto tal para ser recebido, mas agora isso mudou”, ressaltou o
coordenador da bancada do Nordeste, deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE).
O feudo de Brizola Neto
A um passo de se tornar ministro do Trabalho, o deputado Brizola Neto
(PDT-RJ) já controlou por quase quatro anos um dos quinhões mais
cobiçados da pasta. O parlamentar indicou um aliado — Renato Ludwig de
Souza, seu braço direito — para o cargo de diretor do Departamento de
Políticas de Trabalho e Emprego para a Juventude. É o departamento,
dentro da estrutura do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que
decide para onde vai o dinheiro do Programa Nacional de Inclusão de
Jovens (Projovem).
O Projovem foi usado na gestão do ministro Carlos Lupi, demitido em
dezembro, para favorecer candidaturas do PDT em diferentes estados e
municípios. Lupi é presidente nacional da sigla. Indicado de Brizola
Neto, Renato Ludwig de Souza exerceu o cargo de diretor de Políticas
para a Juventude entre maio de 2007 e abril de 2011. Durante esse
período, o Projovem correspondeu à fatia de Brizola Neto dentro do MTE.
PPS recorre ao STF para liberar o Twitter
O PPS ingressa hoje com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF)
contra a proibição do uso Twitter por políticos para promover
pré-candidaturas a prefeito e a vereador no pleito deste ano. O partido
irá contestar a decisão tomada na última quinta-feira pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), que vetou o uso do microblog até 5 de julho
para a promoção de campanhas. Somente após essa data, o Twitter e
qualquer outro meio de comunicação estará liberado para a realização de
propaganda eleitoral. Quatro dias depois de o TSE firmar o entendimento,
muitos políticos continuam usando a ferramenta virtual para se
comunicar com eleitores.
É o caso do deputado federal João Paulo (PT-PE), ex-prefeito do Recife. No domingo, ele comentou pesquisas de preferência do eleitorado para a disputa municipal da capital pernambucana. “O melhor prefeito da cidade nos últimos anos. Novamente predomina a força de João Paulo, com 52,4% das citações”, destacou o petista em mensagem no Twitter.
PR rachado entre o governo e a oposição
A mudança radical operada pelo PR no Senado, que partiu para a
oposição na semana passada após um encontro “amargo” entre a ministra de
Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o líder Blairo Maggi (MT),
não deve fazer muitos seguidores. Deputados do partido ensaiam
permanecer na base governista e, nos estados, a tendência é fazer
alianças respeitando a realidade local, independentemente das relações
com o governo federal.
A postura mais moderada do partido na Câmara e nos estados já estava sendo desenhada desde que o Senado rompeu com o governo. Com a resposta implacável do Planalto, que decidiu não recuar diante da pressão dos senadores e ainda mandou recados de que não iria negociar sob pressão, a resistência em deixar a base governista foi acentuada na Câmara e nos estados.
Queda de braço interna
O neto de Leonel Brizola teve uma posição de antagonista durante a
crise política que derrubou Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, do
cargo de ministro do Trabalho. Brizola Neto e Lupi disputam espaço
dentro do partido. Quando o então ministro balançava no cargo, em
novembro e dezembro do ano passado, o deputado não manifestou apoio. Em
público, Lupi já fez críticas a Brizola Neto.
Diante da disposição da presidente Dilma Rousseff de nomear o deputado para o cargo de titular do Trabalho, a presidência do PDT divulgou nota, afirmando que não veta “qualquer companheiro” para a pasta. O parlamentar ganhou apoio também das centrais sindicais, entre elas a Força Sindical, controlada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
O Estado de S. Paulo
MP diz que petroleira sabia do risco de vazamento
Relatório da Polícia Federal e do Ministério Público Federal em
Campos dos Goytacazes (RJ) sobre o vazamento de 2,4 mil barris de óleo
no Campo de Frade, em novembro, e o afloramento divulgado semana passada
acusa a Chevron de ter utilizado uma pressão na perfuração do poço
superior à tolerada de forma premeditada. O excesso de pressão é
apontado como uma das causas do vazamento, que estaria “fora de
controle”. O MPF não descarta pedir à Justiça a prisão preventiva dos
executivos da Chevron. O governo federal avalia prolongar a interrupção
da exploração de petróleo no campo.
“Eles assumiram um risco premeditado”, afirmou ontem o procurador da República Eduardo Santos, do MPF, que acusou a Chevron de “ter botado uma pressão maior que a suportada e ter cavado além do que foi autorizado”. “O vazamento não é mais no poço, é na rocha reservadora, e não tem como ser controlado. Não se sabe a capacidade. É uma cratera no solo marinho”, acrescentou o procurador, que pretende formalizar denúncia amanhã, com base na lei de crimes ambientais (9.605).
Juízes são acusados de liderar corrupção no TJ do Tocantins
Quando a corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, revoltou a
magistratura ao afirmar, no ano passado, que havia “bandidos de toga”,
ela não revelou nomes, mas tinha uma lista com casos emblemáticos, como o
encontrado em Tocantins. A corregedora já conhecia parte das quase 5
mil páginas da ação penal 490, do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
uma espécie de radiografia de tudo o que o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) busca combater no Judiciário.
Ao longo de quatro anos, uma ampla e detalhada investigação mostra que 4 dos 12 desembargadores montaram esquemas no Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) para vender sentenças, satisfazer interesses de políticos locais, cobrar pedágio para liberar o pagamento de precatórios, confiscar parte dos salários dos assessores para financiar viagens ao exterior e cobrar dos cofres públicos indenização vultosa por danos morais por terem sido investigados. Os indícios e provas colhidos levaram o Ministério Público a denunciar quatro desembargadores, dois procuradores do Tocantins, sete advogados, três servidores do tribunal e outras duas pessoas envolvidas no esquema.
Brasil ganha posições em ranking sobre governo eletrônico
O Brasil ocupa a 59.ª posição, de 193 países avaliados, no ranking
2012 da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre governo eletrônico. O
País subiu duas posições em relação ao levantamento feito há dois anos,
segundo o Programa de Administração Pública da ONU (DPADM, na sigla em
inglês).
O ranking leva em consideração a capacidade e a vontade do setor público de adotar tecnologia da informação e da comunicação para melhorar o conhecimento e a disseminação da informação em benefício dos cidadãos. A capacidade é demonstrada pelos esforços financeiros, de infraestrutura e capital humano e também pelo poder regulatório e administrativo do Estado. A vontade, por sua vez, é expressa pelo compromisso do governo de prover informação e conhecimento aos cidadãos.
Chalita quer acabar com inspeção de veículos
O pré-candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita,
cogita acabar com a inspeção veicular na cidade se for eleito. Em
entrevista ao Estado, ele afirmou que, caso o estudo comprove a tese de
que ônibus e caminhões são os maiores vilões da poluição na capital
paulista, a inspeção será extinta. O melhor caminho, segundo essa
proposta, seria inspecionar regularmente apenas os veículos pesados,
deixando de lado os carros de passeio.
A proposta esbarra na legislação federal que trata do assunto e pode resultar apenas na transferência da tarefa para o governo do Estado. Por outro lado, as afirmações do peemedebista evidenciam mais uma vez que a inspeção veicular tende a se tornar um dos temas mais recorrentes e polêmicos da campanha deste ano. O pré-candidato do PT, Fernando Haddad, já propôs o fim da cobrança da taxa de inspeção e foi enfaticamente criticado por José Serra, do PSDB.
Dilma escala ministros para ‘teste’ legislativo
Preocupada com os efeitos da rebelião da base parlamentar do governo
na votação da Lei Geral da Copa, a presidente Dilma Rousseff reuniu
ontem oito ministros, além dos líderes do governo na Câmara e no Senado,
no Palácio do Planalto, e pediu que todos se mobilizem para a aprovação
do projeto de lei. Dilma mandou os ministros telefonarem para deputados
de seus respectivos partidos, na tentativa de evitar surpresas no
plenário da Câmara.
Esta semana é vista no Planalto como um teste político após o motim liderado pelo PMDB no Senado e a troca dos líderes do governo no Congresso. A votação da Lei Geral da Copa está prevista para amanhã, quando os ruralistas também prometem pressionar o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), a pôr em pauta o Código Florestal.
O Planalto orientou sua base de apoio a adiar a votação do Código Florestal, pois avalia que, hoje, perderia a queda de braço. “A presidente Dilma não vai admitir um retrocesso nesse assunto nem que desfigurem o projeto”, insistiu ontem a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a deputados e senadores do PT e do PMDB.
Para Serra, promessa feita em 2004 era apenas ‘um papelzinho’
Em campanha para tentar voltar à Prefeitura de São Paulo, o tucano
José Serra negou que tenha quebrado um compromisso com seus eleitores ao
abandonar o cargo em 2006 para disputar o governo do Estado e disse que
o documento que assinou para prometer que cumpriria o mandato era “um
papelzinho”.
“Primeiro, eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore”, disse Serra em entrevista à rádio Capital, ontem. “Houve um debate, uma entrevista. O pessoal perguntou: “Se o senhor for eleito prefeito vai sair para se candidatar à Presidência?” Eu disse que não. “Então assina aqui.” Eu assinei um papelzinho. Não era nada… Eu estava dizendo a absoluta verdade”, complementou. Em setembro de 2004, quando disputava a Prefeitura, Serra assinou um documento durante sabatina do jornal Folha de S. Paulo em que se comprometia a “cumprir os quatro anos de mandato na íntegra, sem renunciar à Prefeitura para me candidatar a nenhum outro cargo eletivo”.
PF abre inquérito para apurar fraudes na saúde
As quatro empresas acusadas de tentar fraudar processos de licitação
no Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), viraram alvo de
inquéritos da Polícia Federal (PF). Dezessete pessoas foram intimadas a
prestar depoimento por suspeita de crimes de peculato, corrupção, fraude
e formação de quadrilha. Ontem, o Ministério da Saúde, o governo do Rio
e a prefeitura da capital divulgaram o cancelamento de todos os
contratos com as prestadoras de serviço.
Reportagem exibida ontem pelo Fantástico, da TV Globo, mostrou representantes da Toesa Service, Locanty Soluções, Bella Vista Refeições Industriais e Rufolo Serviços Técnicos e Construções oferecendo propinas e combinando preços para simular concorrências. Com a autorização da direção da unidade, um jornalista da emissora se disfarçou de gestor de compras da unidade e gravou todas as propostas dos empresários.
Levantamento feito pelo Estado nos portais públicos de transparência identificou um total de R$ 785 milhões em contratos com a União e as administrações estadual e municipal do Rio, nos últimos cinco anos. Além de unidades hospitalares federais, as empresas envolvidas no escândalo prestaram serviço para os ministérios da Defesa, Educação, Justiça, Minas e Energia e Planejamento, além das agências nacionais do Petróleo (Ancine) e do Cinema (Ancine).
Procurador quer acabar com auxílio de juízes
Um procurador federal de Mossoró (RN) quer impedir no Supremo
Tribunal Federal (STF) o pagamento do auxílio-alimentação e outros
benefícios a todos os juízes do País, federais, estaduais e do Trabalho.
Por meio de ação popular, Carlos André Studart Pereira requer “imediata
suspensão” dos efeitos da Resolução 133 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), de junho de 2011, que prevê a concessão daquelas vantagens à
toga.
O procurador atua na Advocacia Geral da União (AGU) desde 2006. Ele sustenta inconstitucionalidade da resolução. Usa como argumento o gasto, estimado em R$ 82 milhões, que o Tesouro terá com alimentação dos juízes federais e do Trabalho – valor retroativo a 2004. Anota que a Constituição confere exclusivamente à Lei Orgânica da Magistratura (Loman) poderes para criar benefícios à classe.
Quem não tinha dinheiro pagava com cheque
Todas as vantagens do cargo pareciam não ser suficientes para custear
a presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, Willamara Leila de
Almeida. As investigações do Ministério Público Federal (MP) mostram que
a desembargadora costumava cobrar uma “taxa de manutenção” de seus
assessores até para o “custeio de viagens pessoais”. A cobrança
configuraria, para o MP – que denunciou Willamara ao Superior Tribunal
de Justiça -, a prática de concussão.
As primeiras suspeitas surgiram numa visita de integrantes da Corregedoria Nacional de Justiça ao TJ. Servidores contaram que a desembargadora exigia de quem ocupava cargo de confiança contribuições de até R$ 300. Uma das servidoras, Ana Berenice de Aguiar, relatou que, recém-empossada, “notou rotina estranha de coleta de verba para “presentear” a desembargadora”. O constrangimento dos servidores era tanto que, caso não tivessem dinheiro, deveriam pagar com cheque pré-datado. Foi o que ocorreu com Ana Berenice, que declarou ter dado um cheque pré-datado de R$ 200.
Queda de braço interna
O neto de Leonel Brizola teve uma posição de antagonista durante a
crise política que derrubou Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, do
cargo de ministro do Trabalho. Brizola Neto e Lupi disputam espaço
dentro do partido. Quando o então ministro balançava no cargo, em
novembro e dezembro do ano passado, o deputado não manifestou apoio. Em
público, Lupi já fez críticas a Brizola Neto.
Diante da disposição da presidente Dilma Rousseff de nomear o deputado para o cargo de titular do Trabalho, a presidência do PDT divulgou nota, afirmando que não veta “qualquer companheiro” para a pasta. O parlamentar ganhou apoio também das centrais sindicais, entre elas a Força Sindical, controlada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
O Globo
Vazamento foi causado por erro da Chevron, conclui PF
Os 17 executivos e funcionários da Chevron e da Transocean, impedidos
de deixar o Brasil pela Justiça Federal, poderiam ter evitado vazamento
de óleo na Bacia de Campos se não tivessem insistido em perfurar o poço
no campo de Frade com pressão superior à tolerada pelo solo. É o que
apontam documentos do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. O
envolvimento direto ou indireto desses executivos na perfuração foi o
principal argumento do MP para obter a apreensão de seus passaportes na
noite de sexta-feira.
Entre os executivos está George Buck, presidente da Chevron, petrolífera americana que opera o campo de Frade, e Guilherme Dantas Rocha Coelho, diretor-geral da Transocean, contratada para perfurar o poço onde houve um vazamento em novembro. O documento do MP cita as responsabilidades dos 17 funcionários envolvidos. O inglês Brian Mara, sondador da Transocean, por exemplo, “deixou de realizar procedimentos existentes para a contenção do vazamento”. E alguns executivos disseram em depoimento que o risco de perfurar era “aceitável”.
Propina: governos cancelam contratos
As quatro empresas que apareceram numa reportagem do “Fantástico”, da
Rede Globo, oferecendo propina para ganhar supostos contratos com um
hospital da UFRJ no Rio receberam no ano passado valores milionários da
União, do estado e do município do Rio. Juntos, eles pagaram R$177,5
milhões em 2011 à Locanty Soluções, à Toesa Service, à Bella Vista
Refeições Industriais e à Rufolo Serviços Técnicos e Construções. Mas,
após as denúncias exibidas no domingo, as quatro tiveram os contratos
cancelados pelo Ministério da Saúde e pelos governos do estado e da
prefeitura do Rio.
Além disso, a Polícia Federal instaurou quatro inquéritos – um para cada denunciada – para investigar todos os contratos firmados pelas envolvidas no escândalo. Segundo o delegado Victor Poubel, a PF vai apurar fraudes em licitação, corrupção e formação de cartel, entre outros crimes.
Estudante brasileiro é morto por policiais na Austrália
Um estudante brasileiro de 21 anos foi morto por policiais, na
madrugada de domingo, em Sidney, Austrália. O paulista Roberto Laudisio
tinha ido a uma festa com amigos e voltava sozinho para casa, por volta
das 5h30m, quando foi abordado por policiais. As circunstâncias ainda
não estão totalmente esclarecidas. Os policiais o teriam confundido com
um jovem que roubou um pacote de biscoito em loja de conveniência.
Roberto morava na Austrália desde julho de 2011, e tinha se mudado para
estudar no exterior.
- Uma testemunha contou que a polícia atirou com uma pistola de choque e usou gás de pimenta. Ele caiu no chão, e os policiais ficaram chutando e pisando na cabeça dele, que gritava por socorro. Foi brutal – conta Daniel Silva, de 31 anos, que vive em Sidney há três anos e conheceu Roberto há sete meses.
Segundo ele, Ana Luisa Laudisio, irmã de Roberto, que é casada com um australiano desde 2010 e mora em Sidney, soube da morte do irmão quando foi a uma delegacia registrar o desaparecimento do rapaz.
Declarações de Braga irritam cúpula do PMDB
Diante do impasse com o PMDB, que começa a contaminar outros partidos
aliados, o Palácio do Planalto decidiu suspender as conversas que
seriam agendadas para as próximas semanas entre a presidente Dilma
Rousseff e as bancadas governistas no Congresso. A cúpula do PMDB está
em pé de guerra e tem se reunido com o vice-presidente Michel Temer, em
busca de como administrar a decisão, anunciada pelo novo líder do
governo no Senado ao GLOBO, Eduardo Braga (PMDB-AM). Ele disse que Dilma
“vai enfrentar as velhas práticas políticas”.
O que mais irritou os caciques do PMDB foram as declarações de Braga de que vai estender a interlocução do governo a desafetos do grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney(PMDB-AP), como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Ontem, Jarbas disse ter dúvidas se Dilma conseguirá dar passos concretos nesse enfrentamento.
F:Congresssoemfoco
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