terça-feira, 15 de maio de 2012

BANCADA DO PMDB DISCUTE A SECA NO NORDESTE


A bancada federal do PMDB, reunida na Câmara dos Deputados, sob a liderança do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), discutiu nesta terça-feira (5), em Brasília, as mudanças climáticas e a inesperada seca que atinge o semi-árido nordestino, preocupação crescente dos deputados da região.  -  Foto: Lindauro Gomes

Os deputados ouviram as explicações do professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion. Especialista em Geociências com ênfase em Dinâmica do Clima e atuação em variabilidade e mudanças climáticas, Molion foca suas pesquisas no Nordeste do Brasil.

Os parlamentares do PMDB questionaram o especialista sobre a seca prolongada no Nordeste que contraria as previsões de um ano com chuvas regulares para o semi-árido brasileiro.

Segundo o especialista, apesar da ocorrência do fenômeno La Niña, que normalmente colabora para invernos chuvosos no Nordeste, o oceano pacífico enfrenta uma fase de esfriamento global de longo prazo. Este ciclo se alterna com períodos de longos aquecimentos e se repete a cada 50, ou até, 60 anos. O último ciclo teria sido de aquecimento longo com picos do fenômeno El Niño (inverso ao La Niña) que colaborou para longas estiagens.

Ainda de acordo com o cientista é provável que nos próximos 20 anos tenhamos outros períodos de seca mais prolongados, a cada sete anos, quando ocorrerão as intercalações entre o El Niño e o fenômeno chamado La Niña. No momento, o Pacífico que representa 35% da superfície do planeta e influencia o clima em toda a terra, estaria esfriando. “A temperatura menor  reduz a evaporação e, com baixa pressão atmosférica , contamos com pouca chuva”, explicou o professor para justificar a seca mesmo durante a ocorrência do La Niña.

Luiz Carlos Molion defende a tese de que o aquecimento global é cíclico, assim como as alterações nos níveis dos oceanos. Para o cientista as emissões de gás carbônico não estão relacionadas com o fenômeno. A terra estaria saindo de um pico de influência de atividade solar intensa, daí a previsão de esfriamento.
 Já os efeitos das catástrofes naturais estariam relacionados ao excesso de população em áreas ocupadas irregularmente. Segundo o cientista, a presença humana não seria capaz de interferir nas mudanças climáticas. Isso  não significa que a preservação do meio ambiente não seja importante para a sobrevivência do homem que também sofre ameaça de extinção, assim como outras espécies, alertou o pesquisador.
 F: AssImp

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