A bancada federal do PMDB, reunida na Câmara dos
Deputados, sob a liderança do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), discutiu
nesta terça-feira (5), em Brasília, as mudanças climáticas e a inesperada seca
que atinge o semi-árido nordestino, preocupação crescente dos deputados da
região. - Foto: Lindauro Gomes
Os deputados ouviram as explicações do professor da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion. Especialista em
Geociências com ênfase em Dinâmica do Clima e atuação em variabilidade e
mudanças climáticas, Molion foca suas pesquisas no Nordeste do Brasil.
Os parlamentares do PMDB questionaram o especialista sobre a
seca prolongada no Nordeste que contraria as previsões de um ano com chuvas
regulares para o semi-árido brasileiro.
Segundo o especialista, apesar da ocorrência do fenômeno La
Niña, que normalmente colabora para invernos chuvosos no Nordeste, o oceano
pacífico enfrenta uma fase de esfriamento global de longo prazo. Este ciclo se
alterna com períodos de longos aquecimentos e se repete a cada 50, ou até, 60
anos. O último ciclo teria sido de aquecimento longo com picos do fenômeno El
Niño (inverso ao La Niña) que colaborou para longas estiagens.
Ainda de acordo com o cientista é provável que nos próximos
20 anos tenhamos outros períodos de seca mais prolongados, a cada sete anos,
quando ocorrerão as intercalações entre o El Niño e o fenômeno chamado La Niña.
No momento, o Pacífico que representa 35% da superfície do planeta e influencia
o clima em toda a terra, estaria esfriando. “A temperatura menor reduz a
evaporação e, com baixa pressão atmosférica , contamos com pouca chuva”,
explicou o professor para justificar a seca mesmo durante a ocorrência do La
Niña.
Luiz Carlos Molion defende a tese de que o
aquecimento global é cíclico, assim como as alterações nos níveis dos oceanos.
Para o cientista as emissões de gás carbônico não estão relacionadas com o
fenômeno. A terra estaria saindo de um pico de influência de atividade solar
intensa, daí a previsão de esfriamento.
Já os efeitos das catástrofes naturais estariam
relacionados ao excesso de população em áreas ocupadas irregularmente. Segundo
o cientista, a presença humana não seria capaz de interferir nas mudanças
climáticas. Isso não significa que a preservação do meio ambiente não
seja importante para a sobrevivência do homem que também sofre ameaça de
extinção, assim como outras espécies, alertou o pesquisador.
F: AssImp
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