"Início de desertificação pela retirada da jurema para produção de carvão em áreas que não desenvolvem outro tipo de vegetação, prática criminosa no município de Santana do Matos e toda região central do Rio Grande do Norte" - Foto e Legenda ilustrativos
O Rio Grande do Norte vai apresentar suas ações de combate à desertificação durante a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga: A Caatinga na Rio+20. O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Gilberto Jales, falará ao público presente no evento sobre as ações estratégicas voltadas para o semiárido.
A
apresentação da Semarh será na sexta-feira (18), às 10h, na sede do
Banco do Nordeste, em Fortaleza. O objetivo da Conferência que tem
início nesta quinta-feira (17), é discutir a gestão do bioma, bem como
possibilidades de integração de políticas públicas voltadas para
convivência e preservação.
Entre
estas ações do Governo do Estado do Rio Grande do Norte estão o Projeto
Piloto de Conservação e Recuperação do Rio Cobra no Seridó. A área
piloto abrange os municípios de Parelhas, Jardim do Seridó e Carnaúba
dos Dantas.
Este
projeto foi concebido para promover o desenvolvimento rural
sustentável, através de práticas hidroambientais e de conservação dos
solos. Ele também fará a recuperação de áreas degradadas, desacelerando
os processos erosivos e de assoreamento de cursos e mananciais d’água. O
projeto do Rio Cobra integra o Programa Semiárido Potiguar (PSP),
convênio da Semarh com o Banco Mundial que desenvolve diversas ações no
Estado.
Outra
importante ação é a criação da Câmara Técnica de Combate à
Desertificação no Conselho Estadual de Meio Ambiente. Esta Câmara será o
órgão estratégico de implementação do Programa de Ação Estadual de
Combate à Desertificação (PAE). No evento, o RN também estará
representado com estande que tem como tema a caatinga.
Conferência
Todos os Estados do Nordeste estarão neste evento realizando discussão sobre o Bioma Caatinga. O resultado das discussões será consolidado em um documento intitulado Declaração da Caatinga, que formalizará os compromissos a serem assumidos pelos governos, parlamentos, setor privado, terceiro setor, movimentos sociais, comunidade acadêmica e entidades de pesquisa para a promoção do desenvolvimento sustentável desse bioma.
Todos os Estados do Nordeste estarão neste evento realizando discussão sobre o Bioma Caatinga. O resultado das discussões será consolidado em um documento intitulado Declaração da Caatinga, que formalizará os compromissos a serem assumidos pelos governos, parlamentos, setor privado, terceiro setor, movimentos sociais, comunidade acadêmica e entidades de pesquisa para a promoção do desenvolvimento sustentável desse bioma.
A
Declaração da Caatinga será apresentada nos eventos paralelos da
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável –
Rio+20.
F: AssImp SEMARH
NOTA DO BLOG
O Jornal Cajarana publicou várias matérias sobre o assunto "Desertificação no município de Santana do Matos". Inclusive, citando a conivência dos proprietários de terras que vendem a jurema (predominante na caatinga) para produção de carvão.
Veja matéria postada no Blog Redação Cajarana em 21/01/2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
SANTANA DO MATOS ALIMENTA ROTA DO CRIME ECOLÓGICO
Santana do Matos está incluida na rota criminosa do
tráfico de carvão vegetal e com a agravante de ser um município que
alimenta o crime ecológico pelas queimadas. O resultado são grandes áreas transformadas em desertos, tendo o xique-xique, o quase solitário componente
floral da caatinga.
Os órgãos municipais nada podem fazer ou sem iniciativas manifestadas, são considerados omissos, demonstrando, desconhecimento e desinteresse. E os pontos de desertificação surgem na área Nordeste do município. Principalmente as áreas nas margens da estrada de barro que liga Cerro Corá a Angicos. Região isolada com pecuaristas a cada ano desmotivados, desinformados ou coniventes de ações criminosas.
Muitos proprietários morando fora do município não avaliam a extensão do mal que causam ao autorizar ou serem roubados pela exploração do carvão. O produto extraido pela queima sem planejamento da jurema se constitui crime ecológico.
Essa prática há muitos anos vem sendo o roteiro certo de contrabandistas de carvão, que na calada da noite saem das caatingas e em direção a Mossoró, Fortaleza e até o Piauí, desviando das barreiras policiais ou talvez por outros meios chegam aos seus destinos. Viajando somente a noite conseguem de uma maneira ou de outra ludibriar a fiscalização, ficando livre viajar mais de 1000 km sem serem interceptados.
Não diria conivência ou cumplicidade, mas a verdade a ser dita, as autoridades municipais sabem da existência do tráfico, da existência do crime, do mal feito a caatinga, mesmo assim, nada é feito ou providenciado.
Essa atividade clandestina, considerada de dividendos significativos investiu no ano de 2008 em caminhões novos, avaliados em até C$ 700.000,00 para o transporte do produto, comercializado e transportado nas estradas federais sem impostos e vendido nas cidades grandes e nas capitais.
A Caatinga é uma das regiões literalmente brasileira, compreendendo uma área aproximada de 734.478 Km², o que representa 70% da região Nordeste e 11% do território Nacional.
No município de Santana do Matos essa vegetação vem sendo bastante modificada pela ação dos agricultores, carvoeiros e comerciantes. Com isso os solos estão sofrendo um intenso e contínuo processo de desertificação. Além do desmatamento para obtenção do carvão, verificamos formação de pastagens sem os critérios determinados pelos órgãos competentes, queimadas criminosas, comercialização de lenha para cerâmicas, padarias sem planejamento ou no mínimo sem reposição das espécies.
A principal conseqüência do desmatamento é o aumento da evaporação d'água contida no solo, acelerando assim, o processo de desertificação. Essas áreas já são predispostas a vegetação rasteira por estarem em solo semi-árido, portanto o desmatamento e a queimada se tornam agravantes, ainda não pela justiça, pois, precedem para executar o princípio da legalidade a Educação e as ações políticas. A presença da vegetação nativa adaptada as condições locais é fundamental para impedir que essa região se transforme num imenso deserto.
Outra questão que tem contribuído para o aumento dessa degradação é a falta de informações aos produtores rurais. A prática sertaneja de somente destruir os recursos naturais sem fazer a sua reposição precisa ser modificada.
O poder público deve enfrentar o problema com ações voltadas para a educação ambiental nas escolas, criando viveiro público para a produção e distribuição de mudas nativas, capacitações para adoção de técnicas de manejo sustentável da vegetação (raleamento, rebaixamento e enriquecimento) e principalmente, buscar parcerias com órgãos públicos de proteção ambiental para impedir a continuidade do desmatamento do município. Ainda é tempo de repor o que distruimos.
4 comentários:
- Paulo Segundo23 de janeiro de 2009 11:46Caro Dutra, a questão ambiental em nosso município é algo que precisa ser trabalhado. A vegetação é apenas um deles, talvés, o mais grave, mas temos outros. A caça de animais nativos em extinção a exemplo de pebas, viados, tacacas,etc, a pesca nos rios no periodo de inverno quando os mesmos praticam a "piracema", as comunidades sem arborização,enfim, temos ainda a insensibilidade dos políticos locais "ainda miopes" a essa importante questão.ResponderExcluir
- Assis Braga23 de janeiro de 2009 15:38Não muito longe de Santana,no Seridó,existe uma área onde já está em processo de desertificação. Como Santana do Matos abastece cerâmicas,padarias e carvoarias diversas sem fazer reflorestamento, não é preciso ser nenhuma Mãe Diná nem Nostradamos pra prever o futuro que nos aguarda.ResponderExcluir
Assis Braga- Santanense e professor de Geografia - Olá! Realmente a questão ambiental no município de Santana do Matos está ainda longe de ser tratada como política pública... apesar de praças bem cuidadas, canteiros floridos (exemplos que muitas vezes manifestam interesse pela qualidade de vida do santanense ou quem sabe, movimentos repletos de ambiguidades, que mascaram aos menos esclarecidos uma realidade funesta quanto aos que dirigem o município nas relações com o meio ambiente). Tudo isso, já deveria ter sido pelo menos tratado com a população de maneira democráticapois, o município capacitou 2 pessoas em gestão ambiental para dar o ponta-pé inicial quanto aos problemas ambientais em Santana do Matos mas, nunca tiveram incentivos por parte do poder público para colocar as idéias e/ou recomendações do Ministério do Meio Ambiente na pauta de ações públicas no município supra citado. Há! Um desses gestores ambientais sou eu (professor Jufran), que fico à disposição dos interessados no assunto (meio ambiente em Santana do Matos), para debates e etc... Meu e-mail: sofia28_jufran@hotmail.comResponderExcluir
- aqui em sao paulo tou vendo o que se passa a em santana angicos mosoro e regiao o estrago com quema de madeira ta feio a coisa